segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Reta Final

Daqui a exata uma semana, isso mesmo, em apenas 7 dias (nem acredito!) vou voltar para a minha casa, para a companhia dos meus pais, meu amor, meus e minhas queridas amigas!
Nessa última semana na Espanha tenho uma grande lista de tarefas, entre elas está a de escrever sobre os lugares que conheci no mês passado. Tentarei mas talvez não consiga. Assim, vou só fazer um pequeno relato para os mais ansiosos hehe
Deu tudo certo na viagem, chegamos ao fim cansadas mas com uma bela bagagem, muito conhecimento e lindas visões na memória. A Europa é muita história, cada lugar tem seu encanto.
Londres foi a cidade que mais haviam coisas para conhecer, especialmente museus (de todos os tipos), 4 dias lá foi pouco!! Além disso é uma cidade cosmopolita e muito agitada.
Amesterdão foi a primeira paixão da viagem, êta lugarzinho bonito e diferente, ganha muitos pontos por sua tolerância, mas também pela beleza.
Em Paris havia um complô contra nós, algumas coisas deram erradas, entre elas o tempo. Estava frio e chuvoso. Também foi ali que tive meu primeiro prejuízo financeiro, por conta de uma passagem mal comprada, tivemos que pagar 120 euros pelo trajeto Amesterdão – Paris.
Tirando esses e outros probleminhas, a estada em Paris foi boa. Foi o lugar de exercitar as pernas, subir a Torre Eiffel e a catedral de Notre-Dame de escadas não foi fácil!
Após Paris, foi a vez de passar mais frio ainda em Berlim. Adorei Berlim, apesar de sentir um nó no coração durante os dias que estive lá. É impossível não pensar nas Guerras Mundiais e no holocausto. Fomos conhecer um campo de concentração onde muitos judeus foram executados. Berlim é uma cidade de poucos monumentos, mas muita história. Vimos também partes do muro que dividiu Berlim por 20 anos.
De Berlim para Veneza. Depois de um tempo sem compreender o que as pessoas falavam foi tão bom chegar na Itália e escutar o italiano, que por sinal é uma língua lindíssima, me encanta o sotaque deles. Veneza foi a segunda paixão da viagem. As gôndolas, as máscaras do carnaval em todas lojinhas, os canais, as casas em contato com a água. Muito bonito! Amei!
Ainda na Itália fomos para Florença. O calor estava insuportável, não conseguimos fazer muitas coisas e também porque os museus eram muito caros. Fomos até Pisa, ver a famosa torre inclinada.
Para finalizar a estada na Itália, passamos 4 dias em Roma. Conhecemos praticamente tudo, sem mentira. Roma é uma cidade legal mas fiquei triste em ver as ruínas do Coliseu e as outras tão mal preservadas.
Praga foi a terceira paixão da viagem! Uma cidade diferente. Sentia como se estivesse num filme de bruxas. As construções são lindas e uma mais encantadora que a outra. É um lugar muito místico. Para finalizar nada melhor que as águas termais e dizem que medicinais de Budapeste. Além das piscinas, foi legal visitar um parque onde estão estatuas de personagens comunistas.
Voltarei depois para contar detalhadamente cada lugar.
As viagens transcorrerão como o previsto. Bom, nem tanto. Tirando o rombo financeiro da passagem de Amesterdão, uma multa na Itália e ter a carteira roubada em Madrid na volta, foi tudo bem!! Estamos vivas e não fomos deportadas! Tivemos medo que isso acontecesse, eu e Raquel tivemos problemas para entrar na Inglaterra.
Mas todas essas histórias ficam para depois!
Beijos!!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Em ritmo de despedida!

Hoje, piquenique no parque de despedida da Cathy, a francesa da viagem para Portugal. Ontem, festa de São João na praia. Antes de ontem, uma grande janta no Restaurante Brasileiro. Semana passada, festinha no apartamento da Maria, a Russa.
Assim foram os últimos dias: em ritmo de despedida! Momentos alegres com uma pitada de tristeza. Algumas das pessoas que conheci sei que não verei mais.
Na janta no restaurante brasileiro conseguimos reunir mais de vinte pessoas, entre elas o Dámaso, um querido e prestativo professor do curso do Direito, colegas do curso de Espanhol, outros amigos de festas, amigos dos amigos. Todos alegres e saboreando a nossa deliciosa culinária. Estou segura que todos aprovaram porque 'mandaram ver'.
Ao som de músicas brasileiras, relembramos momentos e planejamos o futuro. Marcamos para daqui dois anos, no Brasil, o primeiro encontro da turma.
A janta foi divertidíssima. Em vários momentos olhei para aquelas pessoas com a sensação de ter alcançado um dos objetivos dessa viagem: conhecer pessoas queridas, aqueles amigos para levar no coração.
Fiz dois grandes amigos da Alemanha. Eles me fizeram perceber como estava equivocada com relação ao país deles. Eu imagina que todos alemães fossem frios e fechados. Me enganei! Franze e Thomas são duas pessoas preciosas, alegres, divertidos, queridos e amigos. A atitude do Thomas, de trazer uma flor para a Di por causa da morte de sua vó, me tocou muito. Além deles, outra alemã que recordarei é a Simone, com seu jeito mais quietinho mas super atenciosa e querida.
Os italianos não me surpreenderam... são os mais festeiros, falam alto e falam muito. São todos extremamente extrovertidos e alegres.. Dani, Fausta, Sara e Valentino, lembrarei sempre deles com muito carinho.
As gregas também tem uma alegria contagiante. Acredito que seja por causa do clima quente da Grécia. Conheci alguns gregos, mas falo em especial da Lena, uma menina muito querida e amável.
Pierre, o belga que não se conforma que a gente não visitá a Bélgica. Sempre cheio de graça e de piadas... Sentirei saudade de suas 'bromas', ri muito delas. Algumas vezes de verdade, outras vezes só pra não perder o amigo! Da Bélgica não posso deixar de citar Ojeli e Sean que apesar de não ter tido muito contato com eles fora das aulas de espanhol, são pessoas muito legais.
As francesas, Lina e Cathy são duas figuras. Lina, em especial, é uma coisa fora do sério, tá sempre rindo, mexendo com os outros... Cathy sempre interessada nas coisas, adora a América Latina e achou o Gustavo lindo!
Loick e Anziz, um caribenho e outro africano. Ambos moram na França e são duas paixões de pessoas. De Anziz posso falar com mais propriedade porque era nosso colega e tivemos mais contato. Para melhor defini-lo digo que tem um coração do tamanho do mundo. Recordo-me do episódio em que não os deixaram entrar em um bar porque eram negros e nem assim o vi brabo. Lembrarei sempre do seu jeito gracioso de falar, sempre rindo e de bem com a vida! Loick que no começo era fechado, calado, com o tempo se abriu e mostrou seu lado brincalhão.
Além dessas pessoas encantadoras de vários lugares do mundo, estarão em meu coração as meninas espanholas, especialmente Ida, nossa querida companheira de apartamento. Ida, que agora está de volta vivendo com a gente, é uma garota especial, seu jeito único, sua bagunça única. Com ela aprendi a ter paciência ao ver tudo fora do lugar, entendi que não deixava de fazer as coisas por preguiça, mas sim por esquecimento. Sentirei muita saudade dela apesar de sempre acordar com seus gritos ou barulhos. Ida, assim como suas amigas, são muito divertidas. São sempre simpáticas e amáveis com a gente. De todas, as que mais me aproximei foram Carmem, Maria, Judith, Sofia e Marta.
Todas esses amigos e talvez alguns que tenha esquecido estão na lista das coisas boas que aconteceram nesse tempo que vivi na Europa. “Echaré mucho de menos todos!”

Festa de São João, sem quentão mas com fogueira!


Botellon de San Juan”, assim é conhecida a festa de São João aqui em Valladolid. Botellon é o aumentativo de Botella, que significa garrafa. Já nas ruas você entende o nome da festa, todos vão para lá com muitas garrafas de bebida. A festa foi na “praia” e quem dizia que haveria muitas pessoas estava certo. Haviam muitíssimas pessoas, tendas de comidas, vários palcos com músicos e a grande fogueira. Haviam fogueiras menores, também, feita pelos grupos de pessoas. Muitos jovens, todos com suas botellas.
Apesar da grande muvuca, conseguimos encontrar várias pessoas e logo estávamos num grupo de umas 30 pessoas, alguns eu não conhecia, a maioria eram Erasmus e as amigas da Ida.
Ontem foi praticamente uma festa de despedida para muitos. Estamos todos em clima de despedida, alguns já foram embora, outros irão nos próximos dias!!
A festa tinha um único propósito: ficar muito bêbado. Todos estavam bem preparados para isso. Eu não consegui entrar muito no clima de ficar bêbada, tomei uns copos de Sangria, conversei com as pessoas, dei adeus para Sean e Carlos, ri com Ida, mas não fiquei como praticamente todos que estavam lá. Mesmo não tendo alcançado o objetivo da festa, me diverti.
Ah, também há um ritual que diz que deve-se jogar na fogueira uma coisa ruim, que você viveu e não quer que se repita. Você escreve num papel, dobrá-lo por três vezes, joga na fogueira e pula sobre ela (nº ímpar de vezes).
Um resumo, só para deixar aqui registrada a festa de São João!!
Beijos

quarta-feira, 17 de junho de 2009

S A U D A D E, tchê!

Últimos dias na Espanha. Últimos dias antes de começar a grande trip de quase um mês Europa a fora. Dia 29 começarei uma grande viagem por sete países do continente Europeu. Começando por Londres, passando por Holanda, França, Alemanha, Itália, República Checa e por fim Hungria. Ao longo de 28 dias conhecerei lugares que sempre sonhei, principalmente Paris e Itália... Em Veneza pensarei muito em minha mãe, já que a primeira vez que ouvi falar dessa cidade foi ela me dizendo que queria me levar lá um dia. Vou conhecer sem ela, mas um dia voltaremos juntas, né mãe?
Bom, voltando aos últimos dias em terra espanhola, digo os últimos porque depois, quando eu voltar pra cá, nos poucos dias que ficarei, serão organizando tudo para a viagem de volta, descansando e comprando as últimas lembrancinhas... Considero esses os últimos dias porque são os últimos na companhia dos amigos/as daqui, são os últimos estudando e aproveitando a cidade. São os últimos do intercâmbio, depois é viajar e voltar para o Brasil!
Meu coração tá apertado, meus sentimentos estão a milhão. Uma mistura de tristeza, alegria, apreensividade. Quero voltar logo, mas fico triste ao pensar na despedida. Quero voltar e fico triste por querer tanto voltar.
Ontem conversei com uma garota na rua, essas que eu a gente troca umas palavras e depois nunca mais vê, ela é do Canadá e estava muito triste porque está indo embora. Eu também queria sentir isso. Mas na verdade é que quero muito ir embora daqui... Não aproveitei 100% do que a Espanha me proporcionou, mas fiz coisas legais que levarei pra sempre comigo. Talvez pudesse ter aproveitado mais, feito mais festas, saído mais, sentido menos saudade do Brasil e das pessoas que lá estão...Não estou arrependida, fiz o que tive vontade de fazer e aquilo que não tive vontade, não fiz. Não quero fazer uma avaliação, agora, dessa experiência. Deixarei isso pra depois. Agora só está sendo um desabafo após um dia melancólico.
É.. é essa tal de saudade batendo forte!!.

domingo, 14 de junho de 2009

sushi + feijão!

Outro dia fizemos uma jantinha em nosso apartamento. O cardápio foi sushi e feijão. O motivo foi a despedida das japonesas, Kaori e Sayori, e também para provarmos o sushi e elas o feijão brasileiro.
Convidamos algumas pessoas, mas a maioria disse que não poderia vir, um tinha que estudar, outro tinha um encontro, outra estava viajando... Mas no final todos apareceram!!
As japonesas chegaram. Elas são umas fofas! Elas sempre falam “ooooo” ou “aaaaa” depois de alguma informação inédita, ou nem tanto.
Elas chegaram cheias de sacolas. Dentro havia sardinha crú, salmão crú, presunto, tirinhas de alguma coisa feito de ovo, milho, atum, alface, salsicha de caranguejo e as folhas de alga para enrolar. Nós tínhamos feito feijão e arroz. Ambos tinham queimado um pouquinho mas a sorte é que não pegou o gosto do queimado!!
Provei meu primeiro sushi. É gostoso, mas aquele papel de alga tinha um cheiro mt forte de mar e era elástico, grudava na boca... Mas, tirando isso, era bom!!
A campainha toca, era o Thomas, passando só pra dar um oi e provar os pratos da noite.
Logo depois, a campainha toca novamente. Agora era o Loick e o Anziz. E por último apareceu Franze e seu namorado.
A jantinha foi bem divertida, ficamos relembrando momentos, batendo fotografias....
Presenteamos eles com uma fitinha do Bom-Fim. E as japonesas reagiram com “ooooo” e muitas fotos!! ehehe
No fim dessa noite, depois de me despedir pra sempre (ou não) das queridas amigas do Japão, senti um aperto no coração. É uma mistura de sensações muito incrível essa história de fazer um intercâmbio. Ao mesmo tempo que estou contando os dias para voltar ao Brasil, que sinto muita saudades dos meus pais, do Gustavo, das minhas amigas, sinto um aperto no coração em pensar que não verei mais essas pessoas tão queridas. E também uma pontinha de arrependimento de não ter aproveitado mais elas.
Lembrarei sempre do dia em que a Sayori falou para a professora na Classe de Espanhol que encontrou as brasileiras 'borrachas' na rua.. Lembrarei sempre dos planos da Kaori: ela sabe o ano que vai casar, o ano que vai ter filhos, o ano que vai deixar de trabalhar... hehe
Essa foi a primeira despedida. Nos próximos 14 dias terão muitas mais... =/

Sevilla! OLÉ!!!

A tão esperada viagem para Sevilla começou com chuva!! Fomos de trem de Málaga até Sevilla, pelo caminho lindos e enormes campos de girassóis. Chegamos em Sevilla e o tempo era pra chuva. Deixamos as coisas no albergue, por sinal um lugarzinho bem aconchegante. Fomos almoçar num restaurante chamado 'sopa de ganso' heheheh.

Começamos nosso passeio pela Plaza España, que fica ao lado do Parque de Maria Luiza. Os dois são muito lindos, mas o que mais me impressionou foi a Praça Espanha, é lindíssima! Já havia visto ela num livro (tínhamos um livro com dicas e tudo mais), mas ao vivo ela é mais bonita ainda. Deu tempo de conhecer ela antes da chuva começar a cair. Corremos até um coberto e lá ficamos por mais ou menos uma hora. Estávamos tristes porque a previsão era de chuva mesmo, mas depois o tempo abriu e o segundo dia foi de sol.




Dentro do Parque tinha também a Plaza América e o Museu de Artes e Costumes Populares de Sevilla. Depois, com a chuva ainda ameaçando cair, caminhamos pela beira do Rio Guadalquivir até o Museu de Belas Artes de Sevilla, que estava fechando (não foi possível entrar). Fomos, então, até a antiga Estação de Córdoba que, atualmente é um centro comercial. Lá comemos montaditos por 1 euro. São pequenos bocadilhos (sanduíches) bem saborosos. Já havíamos provados eles em Madrid.

Depois disso fomos para o Bairro Triana, que fica do outro lado do Rio. O bairro estava enfeitado para receber a “Santa Triana de su esperanza”. Haviam muitas pessoas pelas ruas, as casas tinham bandeiras nas sacadas, as ruas decoradas esperando a chegada da Santa que sairia da Catedral. Ficamos por lá até mais de Meia-noite, mas a santa estava atrasada!! No caminho de volta para o albergue, muitíssimas pessoas pelas ruas. As espertas se enfiaram justo na rua por onde a Santa estava passando. Foi difícil sair dela...

No segundo dia, acordamos cedo, o dia estava bonito. Não estava chovendo, mas também não estava aquele clima agradável que se espera do sul da Espanha em junho...
Começamos o dia conhecendo o Real Alcazar. Construída em 1364 para ser a residência do Rei dentro dos velhos palácios almohades. Dentre as magnificas salas e lindos jardins, destaco o “Baños de Doña María de Padilha”, um estanque subterrâneo com arcos, onde a lenda conta que era usado pela amante do Rei. O Real Alcazar é realmente lindo, os elementos artísticos muçulmanos se misturam com os góticos, renascentistas e barrocos adicionados pelos Reis cristãos. Para conhecer todo o palácio e seus grandes jardins seria necessário, tranqüilamente, um dia. Nós vimos em umas duas horas porque a lista de lugares para conhecer era grande.


Depois fomos até a Torre de Ouro, situada na margem do Rio. Há várias hipóteses para a torre se chamar assim, entre elas está a de que ali se descarregava o ouro 'trazido' da América. Foi uma torre construída em 1220 como última fortificação da muralha de Alcázar, para defender o porto.

Fomos no Museu de Belas Artes, ele estava aberto e cheio de obras lindíssimas que retratavam diversos momentos históricos.

Continuamos o dia conhecendo a gigantesca Catedral de Sevilla. Construída ao lado da Giralda (o que ficou da Mesquita Almohade ali existente), é o maior templo gótico do mundo.
Subimos 35 rampas até chegar ao topo da Giralda. A vista de lá é muito bonita.



Depois de conhecer todos esses lugares, passamos rapidinho pelo albergue só para trocar de roupa e comer alguma coisa e fomos conhecer o lendário Bairro Santa Cruz. Esse bairro é famoso por suas estreitas ruas, cheias de histórias e dizeres nas paredes. Também é conhecido pela agitada vida noturna e o famoso 'sair de tapas' que é sair com os amigos para beber e comer alguma pequena porção (as tapas). Foi o que fomos fazer lá, conhecer o bairro, sair da tapas e assistir uma apresentação de flamenco. Ah, também fomos conhecer, segundo nosso livro de dicas, o pátio mais bonito da cidade, localizado dentro do Hospital de los Venerables. O pátio era bonitinho, sim, mas aí pra ser o mais bonito de Sevilla, estava longe...

Terminamos a noite apreciando uma apresentação de Flamenco e tomando Sangria.

No último dia em Sevilla, antes de pegar o ônibus de volta, fomos conhecer o bairro da Macarena. Fomos na Basílica de Macarena, que é a virgem mais querida dos Sevillanos. A virgem está num altar todo dourado, muito lindo! Pelo caminho passamos por várias igrejas, algumas abandonadas, outras pouco cuidadas.

Assim foram os três dias nessa encantadora cidade, repleta de cultura. Ah, não posso deixar de dizer que foi em Andalucía que nasceram os costumes típicos da Espanha, como as touradas e o flamenco. Andalucía também é conhecida por ter festa todo dia, é como se fosse o nosso nordeste na Espanha!!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Costa do Sol - Andalucía - Espanha!

Essa viagem começou com o coração saindo pela boca, a célebre frase “mais sorte que juízo” mais uma vez se encaixa perfeitamente. Passagens compradas de Valladolid para Madrid às 19:30. Chegamos na rodoviária às 19:37. Sorte, minha e da Raquel, é que a Di conseguiu chegar um pouco antes e segurou o motorista, que estava muito bravo. Só para justificar nosso atraso o trânsito estava um caos! Passado o susto, já dentro do ônibus, fomos até Madrid! Em Madrid pegamos outro ônibus até Fuengerola, uma praia no sul da Espanha. Chegamos lá às 6 horas da manhã, esperamos um pouco até a Fé chegar.

Fé é a proprietária do piso que alugamos, uma senhora de aparentemente 57 anos, que mora sozinha num kit-net, adora falar e costuma repetir e repetir novamente o que fala. Além de falar muito, fala o que pensa. Legal falar o que pensamos, mas ela chega a ser inconveniente algumas vezes. Sorte que nós não dávamos muita bola. No fundo ela é uma pessoa muito querida, mostrou-se preocupada com a gente!

No primeiro dia em Fuengerola, Fé nos levou conhecer Mijas pueblo. Mijas é outra cidade mas é junto com Fuengerola. Nesse povoado, situado em cima de um morro, muito turístico, as atrações são as casinhas brancas e os burros-taxis... Fomos num mirador onde é possível avistar o estreito de Gibraltar. Nós não vimos porque o tempo estava fechado! Para terminar nosso passeio por Mijas assistimos uma apresentação de Flamenco na praça.

Depois a Fé nos 'largou' no centro de Fuengerola (ou será que era de Mijas?) e por lá ficamos. Saboreamos um peixinho frito e fomos pra praia. Praia aqui é para dormir! Hehehe A água do mar mediterrâneo é lindíssima, azul, cristalina, porém é gelada! Depois de dormir por mais de uma hora nas areias da praia sob o sol escaldante, acordei um pouco queimada. Ninguém mandou esquecer o protetor em casa!
Fomos encontrar a Fé, que estava com sua filha e seus dois netos. Ficamos um tempo numa praça. O neto mais novo se chama Raul e tem 4 anos, uma criança muito linda! Brinquei como ele e a saudade de ter uma criança por perto só aumentou.. como eles são preciosos!
Depois fomos na casa da outra filha da Fé. A Fé tem uma preferência escancarada por uma das filhas, por essa que fomos na casa. Ela falou várias vezes mal da outra e bem dessa.
Voltamos para a sua casa, jantamos e fomos dormir. Ah, na casa dela tem um daqueles relógios de parede que fazem barulho (vulgo cucos). O problema que o da Fé era um cuco que a cada 15 minutos fazia um escândalo. Sim, dormimos junto com esse relógio barulhento!

No segundo dia saímos para fazer turismo com a Fé. Começamos por Antequera, uma cidade perto de Fuengerola/Mijas. Lá conhecemos uma igreja, vimos uma pedra que tem a forma de um índio (índio americano). Nada muito interessante. O melhor veio depois: fomos até um lugar que segundo a Fé só existem dois no mundo, este e outro na Rússia. Na subida até lá o carro da Fé começou a perder as poucas forças que tinha. Precisamos parar. Não era mais possível continuar a subir. Então pedimos carona e subimos. Chegamos em “Torcal de Antequera”, que é um sítio geológico cheio de pedras que foram esculpidas pela natureza, formando uma singular paisagem!
Depois disso passamos por Benalmádena, um lugar hiper turístico, cheio de ingleses. A viagem de volta foi apreensiva, a Fé faz muitas barbeiragens, troca de pista sem olhar, não troca as marchas.... que pavor! E a gente dando vários pitacos. Foi engraçado!
Na noite fizemos a Fé fez um churrasco para a gente, bem apetitoso!

No terceiro dia fomos para Málaga! Acordamos cedo e ouvindo reclamações da Fé porque estávamos atrasadas, isso que nem íamos com ela e sim de de ônibus. Que bom passar um dia longe da Fé! Ela cansa um pouco...
Em Málaga conhecemos a Catedral, a Casa Picasso, o Museu de Arte Flamenca, ruínas de um teatro Romano, Alcazaba, Castelo de Gilbrafaro, Plaza de Toros e a praia. Tudo isso em 8 horas.
O Alcazaba já nós é muito familiar, por ser uma construção árabe, ou seja, muito parecido com o que vimos em Marrocos. O Castelo de Gilbrafaro está em cima de uma montanha, a vista era linda. Na Praça de Toros haviam vários meninos aprendendo a ser toureiro. E haviam os que fingiam ser o touro. Era engraçado porque eles faziam, inclusive, as caras e poses. Falando em toureiros, provavelmente eu não vá ver uma tourada aqui. Até tinha uma pontinha de vontade por fazer parte da cultura, apesar saber que não ia gostar de ver maltratarem e matarem o pobre do touro, mas são muito caras. Então, não verei! Mas passa algumas pela Televisão, quem sabe até eu ir embora, assista uma...


Em Fuengerola encontramos um bar muito a nossa cara, chamado 'O Paraguaio'. Um lugarzinho pequeno, com cerveja barato e música boa! Fomos lá todos os dias, antes de voltarmos pra casa da Fé. Já estávamos clientes da casa hehehe... No último dia, a atendente até colocou música brasileira para a gente. Escutamos Bruno e Marrone e outros sertanejos.

Na última noite na casa da Fé fomos presenteadas por várias coisas antigas dela. Foi uma briga pra dividir os postais hehehe, já o vestido de ceda vermelho ninguém quis!!
Assim foram os três dias pela Costa do Sol, como é chamada a região costeira de Málaga, em Andalucía – Espanha!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Barcelona!

Depois de uma viagem de 10 horas de trem cheguei nesta cidade cheia de encantos.
No dia anterior o time do Barcelona havia ganhado a Liga dos Campeões e a cidade estava em festa, muitos torcedores usavam camiseta, manta ou alguma coisa do time. Estava tendo a recepção dos jogadores nas ruas, mas quando chegamos já havia acabado.

Nosso albergue estava um pouco longe, fomos de metro até ele. O albergue era bonzinho... No começo cheirava a hospital, depois acostumou. Ainda acho que lá era um hospital porque além do cheiro tinha muito semelhança com um. Também era muito ruidoso. Barulhos dos quatro lados!! Mas o café da manhã e o banho eram bons!!

Ao longo dos três dias passeamos por muitos pontos turísticos. Conhecemos algumas obras de Gaudi: Sagrada Família, Casa Batlló, Parque Güell e a La Pedrera. Gaudi era um pouco extravagante, misturava cores e formas. Tinha idéias muito arrojadas e modernas para a sua época. As construções são verdadeiras obras de arte! Lindíssimas!
Infelizmente não foi possível entrar em nenhuma delas porque eram absurdamente caras! Quem sabe numa próxima...

Além das maravilhas de Gaudi, conhecemos o Monte Juic, o Palácio da Música, Torre Agbar, o Estádio do Barcelona, subimos no mirador Colón (Colombo) e a Rambla.

Rambla é uma rua muito famosa de Barcelona. Com árvores nos dois lados é cheia de atrações. Lojas, flores, pessoas vestidas de coisas inusitadas em troca de moedas, restaurantes, músicos e muitos turistas fazem da Rambla uma charmosa rua.

Barcelona estava cheia de brasileiros. Ouvíamos alguém falando português a cada esquina. Muitos turistas, mas também bastante moradores.

Fomos passar a última tarde em Barcelona na praia. Na areia havia muitas pessoas e várias mulheres de top tes. O sol estava quente mas havia um vento frio. Apesar do barulho, dos vendedores ambulantes gritando, consegui dar uma cochilada. O mar mediterrâneo de Barcelona é lindo, a água era azul, uma pena que estava tão gelada... só foi possível molhar os pés!

A viagem de volta foi tranqüila. O trem saiu de Barcelona às 22:00 e chegou em Valladolid às 08:00. O legal é que era trem com camas. Na cabine haviam 6 camas: três de um lado e três do outro. No começo parecia sufocante, mas depois acostumou e dormi a viagem toda (ou melhor, quase toda)!

Barcelona não parece uma cidade espanhola. Ou as que eu conheci até agora é que não são cidades espanholas?! Não sei, mas que Barcelona é muito diferente das outras, é!
A cidade tem um clima jovial, é multicolor, há muitas árvores e alegria pelas ruas. E também muitíssimos turistas!
Algumas fotinhos: 1. Parque Güell; 2. Sagrada Família (em obras) e 3. La Pedrera.

Com vocês: Marrakech. Produção: Diane, Raquel e Thamara!

Resolvi postar um vídeo para vocês terem um idéia de como é Marrakech. Sei que mesmo eu tentando descrever não é possível imaginar como é a muvuca das ruas!!

Esse vídeo foi feito na nossa última noite em Marrakech. Ele está um tanto amador, desculpem-nos pelas má qualidade, mas o que importa é o conteúdo! hehehe

Ah, e ele está sem final porque naquela hora o cara da apresentação quis cobrar por eu estar filmando, então tive que desligar a câmara!!


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pra lá de Marrakech

No terceiro da viagem fomos pra lá de Marrakech, literalmente... Fizemos um passeio pelo Vale d'Ourika, numas montanhas perto de Marrakech.
Saímos de manhã, às 9 horas. A nossa delegação era formada por Ally e Shea, duas texanas (nossas companheiras de quarto no albergue), três casais franceses e por nós três!!
No começo ninguém falava nada, mas depois de meia hora de viagem já estávamos entrosadas com os seis franceses, que se mostraram pessoas muito amáveis ao longo do passeio.
Durante a viagem fizemos várias paradas, em todas elas haviam uma loja onde tentavam nos vender alguma coisa. As primeiras paradas foram sem graça.

Até que chegamos ao momento tão esperado: o passeio de camelo!!!!
No lado da estrada haviam uns oito camelos grandes e mais dois filhotes. A Raquel foi a primeira a subir. Eu estava com frio na barriga, mas criei coragem e subi. Eles fazem o camelo se ajoelha pra você subir nele. Na hora que ele se levanta dá um medo porque ele vai pra frente e pra trás, a sensação é que vamos cair. Mas depois é muito tranqüilo, eles andam bem devagar. Nós três e as texanas fizemos o passeio, que durou uns vinte minutos. Foi muito divertido andar de camelo, apesar de não ter sido no deserto...


Depois fomos conhecer a casa de um berber. Berber é como são chamados os moradores das montanhas de Marrocos. Eles vivem igual aos seus antepassados e sobrevivem da agricultora e artesanato. Eles têm sua própria linguagem e costumes... A casa era muito simples e rústica. Como pode-se imaginar não havia nenhuma tecnologia, televisão, geladeira, fogão, nada... A 'geladeira' é em uma peça da casa, onde as paredes eram revestidas por argila para conservar a temperatura das comidas. Fomos recebidas por um berber chamado Mohamed, um jovem de aparentemente trinta anos. Tudo que ele nos contava, ele falava em inglês, francês e espanhol! Isso é incrível... um morador do interior de Marrakech falar mais de três línguas. E lá, eles realmente são muito cultos. Mohamed foi só um exemplo, mas era percebível como os marroquinos falavam (e bem) mais de duas, três línguas! Ah, e Mohamed estava usando havainas com a bandeira do Brasil!!


Bom, depois da visita a casa de um berber, seguimos nosso passeio até uma aérea bem bonita, onde almoçamos. Como os valores estavam um pouco inflacionados, nós três dividimos um prato. Os franceses, então, comovidos com nossa situação, compartilharam algumas coisas com a gente!
Havia um deles que lembrava muito meu pai.. durante todo passeio lembrei bastante da minha família...

Tivemos uma pequena confusão com o motorista da van, porque havíamos comprado um pacote que levava até a cascata, mas chegando lá queriam que pagássemos mais pelo guia. Resolvemos então fazer por conta própria. Nós, os franceses e as texanas fomos explorando a natureza de Marrocos até chegarmos a cascata. Durante todo o trajeto os franceses foram muito queridos, sempre nos ajudando a subir nas pedras (não que precisasse hehe) e íamos conversando! Realmente eles tornaram nosso passeio muito agradável, foram ótimas companhias.
Assim foi nosso passeio pelo Vale d'ourika! Emocionante, na hora de andar de camelo, relaxante no contato com a natureza e divertido com nossos queridos/as amigos/as franceses! As texanas também eram legais, mas elas não se misturavam muito...


Termina assim nosso passeio pra lá de Marrakech.

Ao voltarmos para o vuco-vuco, aproveitamos a última noite em terra marroquina para tomar suco de laranja, comer, olhar pela última vez as lojinhas e gastar até o último centavo de Dirhans (no meu caso é verdade).

Um beijo pessoal e desculpem pelo resumão, mas são 2:20 da manhã e terei que acordar às 8:00 pq vamos ir para Barcelona!! =)

Viva Marrakech!

Conhecer Marrakech, viver essa cidade, foi uma experiência única. Marrakech ou Marraquexe é uma mistura de sensações! A cidade é toda ocre, muitas ruas sem calçamento, muitas pessoas transitando - não ser atropelada lá é uma conquista porque bicicletas, motos, cavalos, pessoas e vendedores disputam as pequenas ruas. A cidade parece um mercado gigante, muitas lojinhas vendendo tapetes, lenços, copos de chás, bules, luminárias, roupas, mas não fica só nisso. Há muita história na cidade e muita cultura pelas ruas. É triste que as construções históricas estejam deterioradas, talvez a única em boa conservação seja a Mesquita La Kouotoubia, que tem uma grande torre que pode ser vista a distância. A arquitetura árabe é bem discreta. A cidade oferece várias atrações, como jardins, palácios, túmulos da dinastia sádida... Conhecemos o Palácio Bahia, lindo em seus detalhes e azulejos.

Marrakech, antigamente, era dentro da Medina. Hoje é uma grande cidade, ultrapassando os limites do muro da Medina. Passamos quase todo o tempo dentro da Medina, conhecendo o máximo que podíamos da cidade, da cultura e das pessoas. Saímos dos muros somente uma vez (e para voltar foi uma tarefa árdua) e nos deparamos com uma 'cidade grande'. Lojas de marca, Mc'Donalds, prédios, grandes hóteis...A única diferença de uma cidade grande é a inexistência (ou quase escassa) de semáforos, o que tornava o ato de atravessar ruas uma adrenalina!! Voltando para o coração da cidade, a medina: A praça 'Jema El Fnaa', é um espaço para desfrutar diversas bebidas, principalmente chás e suco de laranja (delicioso, por sinal), comidas (há várias tendas de comidas que lembram o ver-o-peso de Belém). Na noite há muitas atrações, como as serpentes encantadas pelas flautas, jogos, pessoas com roupas tipicas tocando diversos e diferentes instrumentos, muitas muçulmanas (ou imitações delas) fazendo tatuagens de rena nas mãos dos turistas, homens com pobres macaquinhos em coleiras...


Há alguns metros da praça está a mesquita la Koutoubia, o grande templo da cidade. Em algumas horas do dia, todos altos falantes, colocados no topo das mesquitas e em cima das casas, transmite uma oração, chamando as pessoas a irem para a mesquita orar. Sempre antes de orar ou tocar no Alcorão as pessoas lavam o rosto, as mãos e os pés. Passamos pela mesquita quando estava num momento de oração, haviam muitos homens (só homens). Nós, não muçulmanos, não podemos entrar nas mesquitas.
A cidade é cheia de rosas coloridas e árvores, principalmente palmeiras. É, também, um lugar místico. O formigueiro que são as ruas, a mistura de cheiros, de pessoas diferentes e o barulho constante dos vendedores tornam Marrakech muito atrativa!
Além dessa explosão de sensações, Marrakech é um choque de cultura. Ver mulheres usando burcas, algumas tapam tudo (exceto os olhos), a predominância de homens no comércio, a pobreza pelas ruas (muitos velhinhos e crianças pedindo dinheiro e vendendo coisas) nos faz refletir.

Evidentemente a diferença entre Marrocos e Europa é gigantesca A diferença é muito grande da Europa. E, outra, é a receptividade do povo marroquino. Apesar de pouco nos comunicarmos (a maioria só fala árabe e francês), as pessoas eram muito amáveis (nem todos) com a gente. Logo que chegamos, mostramos o endereço do albergue para uma jovem que estava numa parada de ônibus, então ela nos acompanhou até ele. Entre gestos e um pouco de inglês sobrevivemos a essa experiência. Um episódio engraçado foi com o moço que cuidava da portaria do albergue, nós não havíamos levado despertador e precisávamos acordar cedo nos dias, então falávamos para ele, apontado para o relógio, “seven, toc toc toc” hehe E, às sete horas da manhã ele batia na porta do nosso quarto! =) Termos viajado em três mulheres dificultou um pouco, porque tínhamos que ouvir piadinhas dos homens, algumas não entendiamos, mas outras em português e espanhol, sim... Mas, tirando as frases e os olhares (extremamente agressivos), foi tudo muito tranqüilo. Eles gravam a cara dos turistas, tanto que no último dia, quando passávamos pela rua, nos chamavam de espanholas ou brasileiras. Volto dessa viagem com muitas pessoas em minha memória, marroquinos que conheci que foram muito gentis. Me sentia no Brasil! Falando em Brasil, preciso contar minha alegria quando saí com a camisa do Grêmio e muitos marroquinos o reconheceram. Eles falavam: Grêmio, Brasil! Heheh
Falando em Grêmio, no dia em que estava com a camisa, um casal de namorados, também gremistas, foram até a gente para tirar uma foto! E depois, encontramos mais dois gremistas!!


Conhecia duas 'lendas' de Marrakech: Uma, que eles comiam cérebro de macaco. Não sei se é verdade! Só vi sendo preparado cérebro de cordeiro. A segunda é que eles trocam mulheres por camelos, ouvimos uma quando passamos por uma rua um homem fez uma brincadeira perguntando por quantos camelos nos trocariam.
Além de provar e sentir um pouco dessa encantadora cidade, experimentamos algumas coisas típicas, como tâmaras, tagine au poulet, o famoso chá... A única coisa que não foi possível provar foi a cerveja marroquina. Procuramos, mas dentro da Medina não é permitido beber, nem vender. E como sair da Medina, de noite é muito arriscado e longe, ficamos sem. Até encontramos uma cerveja, mas era sem álcool.
Assim foram os dois primeiros dias em Marrakech, explorando as ruas, conhecendo pessoas, comprando algumas coisinhas e nos encantando por aquela 'bagunça' toda! hehehe
Logo escreverei sobre o terceiro e último dia em Marrocos!

'Chucran' =)

sábado, 9 de maio de 2009

Ida, no te vayas!


Ontem fizemos uma festinha surpresa de despedida para nossa companheira de piso, a Ida.
Suas amigas, muito queridas, organizaram tudo com muito cuidado. Decoraram o salão com balões, cartaz dizendo que sentiremos saudades... As meninas levaram várias comidas: batatas locas (batata frita, presunto ralado, frango desfiado, queijo ralado, ketchup e maionese, uma delícia!), esse prato é sempre feito por Ida, pois é lá das Ilhas Canárias.. a famosa torta de batatas, outra delícia daqui! Nós, brasileiras, contribuímos com caipirinhas!
Estávamos todas ansiosas, arrumando os últimos detalhes, esperando a chegada de Ida. Tudo estava pronto, comidas na mesa, câmara pronta para filmar, velas acessas, luz apaga e Ida chegou! Nos escondemos atrás da mesa e “Surpresa”!
Ida ficou contentíssima, sem palavras. Nós estávamos triste, vamos perder nossa querida companheira de piso. Ida é uma pessoa muito querida, a pessoa mais desligada que conheci. Sentiremos saudade do seu jeito atrapalhado, de ver suas coisas estragando na geladeira sem que ela se dê conta de tirá-las, de suas coisas espalhadas pela casa, a bagunça do seu quarto, de sempre termos que tirar o lixo, encher as garrafas de água porque ela nunca se dá conta, dos seus ataques de nervos por besteiras, mas também de sua alegria, seus comentários...
Voltando a festa de ontem, foi divertidíssimo. As meninas espanholas são uns amores, muito alegres. Nos ensinam a dançar flamenco e jota. Nós ensinamos elas a sambar! Ao som de músicas espanholas, dançamos muito! As meninas tem uma amizade muito bonita, são bem unidas! Foi inevitável não lembrar das minhas queridas amigas que estão no Brasil. Gurias, vocês estão sempre no meu coração e nossa amizade é importantíssima pra mim. Saudade!
Beleza, aí depois da festinha fomos para a Calle Paraíso, bar Taj Mahal. Sempre o mesmo! Sair com as gurias é assim: de bar em bar e sempre começamos pelo mesmo! Viramos um chupito e marchamos para outro bar.
Ontem aconteceu um episódio muito triste e inacreditável. Dois amigos nossos, queridíssimos, foram barrados na entrada de um bar. Motivo: eram negros. Meu coração se partiu. Uma atitude dessas é inaceitável, sempre! Mas ver isso acontecer com dois amigos, duas pessoas muito queridas, sempre dispostas a ajudar, sempre preocupados, é muito triste! Em exemplo, semana passada, quando eu estava gripada, não fui a aula de espanhol e Anzis (um deles) ganhou uma cerveja na rua e ele me deu ela, de presente para que eu me recuperasse logo. Ele sempre faz questão de vir nos acompanhar até em casa, mesmo nós dizendo que não é necessário. Anzis é uma pessoa fantástica, e Loick, o outro, também! E dói muito ver cenas de preconceito!
Tirando esse triste acontecimento, a noite foi muito divertida! Sair com as meninas é sempre muito divertido... em breve contarei mais sobre as festinhas com elas! Agora tenho q ir me arrumar que temos um aniversário! =)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mi ciudad española

O que faz uma cidade ser bonita ou não? Ser boa para viver? Para responder essas perguntas podemos pensar em vários motivos que torna uma cidade ótima, boa ou ruim para se viver.
Para mim, uma cidade, a 'cidade ideal' tem que ter duas coisas: pessoas alegres e natureza.
Pessoas alegres?! Aqui em Valladolid há todos os tipos de pessoas.. Há muitos velhinhos, muitas crianças, muitos bebês, muitos adultos e muitos jovens. Os jovens são alternativos. Não é novidade encontrar uma garota na rua com uma calça vermelha, uma blusa amarela, o cabelo meio liso, meio crespo, percingis, unhas coloridas.. Há muita diversidade! O bonito é ser diferente. Eu sempre penso que já vi de tudo, até a sair na rua novamente. Então, aqui há pessoas bonitas, coloridas. Mas e alegres? Agora que chegou a primavera, posso dizer que as pessoas parecem estar mais alegres, há muita gente pelas ruas. Aqui há uma frase que explica esse fenômeno: “Cuando llega la primavera, el sangre se altera”. O sol se põe somente depois das 21:00, até lá, e depois também, os bares estão sempre cheios. Quando chegamos aqui, a primeira impressão que tive foi que o povo era muito fechado. Essa opinião não mudou, porque as pessoas continuam fechadas, mas talvez eu já tenha me acostumado um pouco e também com a ajuda da primavera, tudo parece mais colorido (e é!) e mais fácil!
Além das pessoas, a cidade mudou com a chegada da Primavera. As árvores secas se transformaram em lindas árvores cheias de folhas verdes! Os canteiros se coloriram com flores, os pássaros começaram a cantar. As pombas continuam...
Valladolid não tem muitos espaços com natureza, mas as ruas são bem arborizadas. Há uma prainha, como chamamos carinhosamente um pequeno rio com um pouco de areia. Ontem fomos tomar um cerveja lá com uns amigos, o sol estava muito quente e a haviam mts pessoas na praia, mas gostaria de contar, em especial, de uma senhora (provavelmente com uns 60 e poucos anos) tomando banho de sol, de pé, e sem a parte de cima do biquíni. Ela estava bem tranqüila...
A natureza é a segunda característica para uma cidade ideal. É necessário lugares com muita natureza: parques, gramas, árvores... Aqui não há muito disso. Há um grande parque, onde têm pavões soltos, mas lá há grama para sentar e descansar.
Assim, chego a conclusão que Valladolid não é uma cidade ideal, mas eu gosto dela mesmo assim.
Aqui é ideal para os boêmios, o que não é meu caso. Há uns três bares por quadra, sem exagero. A cerveja é mais barata que um suco. E você entra nos bares sem pagar nada! É uma maravilha!
Mas natureza e pessoas amáveis... não há!!
Um parêntese: Os vallasolitanos e os caxienses são parecidos. Da mesma forma que encontrei pessoas fantásticas na minha querida Caxias do Sul, encontrei algumas aqui. Existem muitos espanhóis queridos. Alguns eu decobri que não são de Valladolid. Mas há alguns (pouquíssimos) que são daqui!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Prisão Espanhola

Todos dizem que devemos aproveitar o máximo nossa estada pela Europa e isso não é somente conhecer cidades, igrejas e palácios, mas também conhecer um pouco de como o povo vive, suas culturas e costumes. Já escrevi algumas curiosidades num texto, em breve irei escrever outras, mas hoje irei contar sobre um passeio diferente que fiz aqui na Espanha. Conheci uma prisão. Entrei como visitante, fiquem tranqüilos hehehe... Fomos com nossa turma de Direito Penitenciário.
A primeira curiosidade é que a prisão de Valladolid fica muito distante da cidade, está tão distante que nem há ônibus até lá. A pergunta é: como as famílias dos presos fazem para irem visitá-los? A única maneira, para quem não tem carro, é ir de taxi e pagar mais de 40 euros, ida e volta.
Nós, como não temos carro, fomos com o professor em sua 'simples' Mercedes.
As prisões espanholas são um hotel de duas estrelas. A que fomos conhecer é uma antiga, de 1985. As mais modernas devem ser um hotel 5 estrelas, tem até piscina! Hehe...
Na que conhecemos têm 600 encarcerados. Tem o módulo masculino e o feminino, mas eles não se misturam.
A prisão é muito diferente das brasileiras, começando pelo ambiente, nas paredes há pinturas coloridas e alegres, muitas delas pintadas pelos próprios carcerários.
Além das paredes coloridas, há vários espaços, como salas de aula, sala de pintura, academia, padaria (eles fazem seu próprio pão). Há um salão de atos, um teatro muito bonito, no palco haviam instrumentos musicais.
Fomos conhecer as celas e, pasmem, são selas individuais ou para duas pessoas. Estavam abertas para que pudéssemos vê-las (não são grandes, e sim quartos fechados), as paredes estavam pintadas, alguns bem limpinhos, outras nem tanto. Uma delas havia muitos livros, muitos mesmos e livros em inglês, livros de Direito...
Num ambiente assim, talvez seja possível ressocializar uma pessoa.
Uma curiosidade do sistema penitenciário daqui é que cada preso recebe o valor de 80 euros por mês para gastar no que bem entender, nas máquinas de produtos que existem nos presídios. Caso eles não gastem toda a quantia, há duas opções: guardar para o próximo mês ou enviar para a família. Se economizarem podem comprar até uma televisão!
Um pouquinho da prisão espanhola, que segundo o professor são as melhores da Europa.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um dia de festa para a esquerda Espanhola

*Segue um texto escrito pela Raquel sobre a festa de Castilla y León! Boa leitura... Beijos!!!
Dia 23 de Abril se comemora o Dia de Castilla y Leon, província em que vivemos. Ainda no 8 de Março, as Alicias (duas companheiras xarás da MMM), já nos haviam dito sobre uma grande festa que acontece todos os anos em uma pequena cidade pertencente a Valladolid, chamada Villalar de los Comumeros. Como sempre, mesmo sabendo com muita antecedência, deixamos tudo para a última hora. Então, exatamente à meia-noite enviamos uma mensagem no celular dela avisando que queríamos ir a festa. No outro dia pela manhã, bem cedo por sinal, às 9hs Alicia (vou denominar de Alicia 1), nos ligou marcando para encontrarmos ao meio-dia e meio. Ótimo horário, assim deu tempo de dar uma passadinha na feira de livros antigos. Ah! Dia 23 é dia do Livro também...
Então, pontualmente no horário marcado estávamos lá... E elas também.

A Alicia 2, foi somente nos levar, pois teria que trabalhar, é advogada e ia passar o dia no presídio. A Alicia 1, foi com a gente. Importante dizer que ela adora falar... Em poucas horas em sua companhia é possível saber toda a história da Espanha. O que é bom, pois gostava de explicar o porquê de tudo. Antes mesmo de chegar, já havia nos explicado que esta festa é em homenagem aos Comuneros que, em 1521, morreram decapitados lutando contra a monarquia e a favor da república. Eles foram decapitados neste mesmo vilarejo onde hoje ocorre a tradicional Festa de Castilla y León.
Chegando lá, nos deparemos com muitas pessoas, muitas tendas, muito barulho... Tinha um pouco de tudo. Embaixo de um sol escaldante, havia apresentações culturais, principalmente de danças típica da Espanha como a “jota”, um palco para o falatório dos representantes de Movimentos e Partidos, muitas pessoas vendendo e fazendo comidas típicas, muitas bancas onde se vendiam de tudo (livros, comidas, roupas, artesanatos...). Haviam também várias carpas, umas tendas enormes de lonas. Cada uma pertencia a uma organização, ou a mais de uma. Nelas cada entidade ou movimento fazia sua festa particular, vendendo comidas e bebidas e promovendo atividades culturais. Passamos por todas... desde as anarquistas até a apoio à Palestina.
Sentamos um pouco para beber uma cerveja, e comer uma paella (nada saborosa!) e descansar à sombra.
Logo depois fomos conhecer o Vilarejo... Lá não devem morar mais de 300 pessoas. Mas neste dia deve triplicar o número de habitantes. Paramos na Praça Maior (toda as cidades têm uma Praça Maior), para assistir um teatro de rua encenando a morte dos Comuneros. A peça não durou mais de 15 minutos, mas foi bem interessante.
Depois disso, fomos passear pelas tendas, tomar sorvete... e esperar o tempo passar até que Alicia 2 chegasse para nos buscar.
Foi um dia interessante, onde aprendemos bastante sobre a história da Espanha e a organização das entidades e movimentos sociais.

Fito! Vengo ofrecer mi corazón!

Ingressos na mão, terça-feira às 21 horas saímos, Quel e eu, em direção ao teatro onde iria acontecer o show do cantor argentino, Fito Paez. Só nós para conseguir a façanha de chegar no teatro e perceber que não seria lá o show! Sim, erramos o lugar! Estávamos no teatro Calderón e o show era no Teatro Carrión (os nomes são parecidos, fácil de confundir). Lá fomos nós para o teatro certo, o show já havia começado! Com a ajuda da lanterninha, encontramos nossos lugares. Fito já estava no palco, sentando em seu piano, com seu jeito único, pulando a cada batida mais forte!
Era o lançamento do seu novo CD, a platéia estava muito empolgada, cantando junto com Fito suas músicas românticas.
O show foi muito emocionante, escutar Fito e suas letras é uma experiência única!
A última música que cantou foi a que era para nós a mais esperada: Mariposa Technicolor. Me arrepiei, foi lindo!

Segue a letra para acompanhar o vídeo feito por Quel durante o show!

Todas las mañanas que viví
todas las calles donde me escondí
el encantamiento de un amor
el sacrificio de mis madres
los zapatos de charol
los domingos en el club
salvo que cristo sigue allí en la cruz
las columnas de la catedral y la tribuna
grita gol el lunes por la capital

*Todos yiran y yiran
todos bajo el sol
se proyecta la vida
Mariposa technicolor
cada vez que me miras
cada sensación
se proyecta la vida
Mariposa technicolor

Vi sus caras de resignación
los vi felices llenos de dolor
ellas cocinaban el arrozse levantaba sus principios
de sutil emperador

Todo al fin se sucedió
sólo que el tiempo no los esperó
la melancolia de morir en este mundo
y de vivir sin una estúpida razón

*coro

Yo te conozco de antes
desde antes del ayer
yo te conozco de antes
cuando me fuino me alejé
llevo la voz cantante
llevo la luz del tren
llevo un destino errante
llevo tus marcas en mi piel
y hoy solo te vuelvo a ver (x3)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

¿Rotina?

Valladolid, Faculdade de Educacao Social, 22 de abril de 2009, 14:17 da manha (já sabem que a tarde comeca às 17hs). Acabei de sair da aula de Sociologia e Antropologia Social, tenho uma hora de folga até o curso de espanhol, tenho coisas para fazer mas estou com muita cólica e pouca vontade. A aula de sociologia foi como sempre. Hoje cheguei na hora, vim caminhando, o sol está bem quente mas o vento continua muito gelado. O professor continua o mesmo, os colegas também, o método nunca muda e a aula continua sendo mais ou menos. Essa aula é exatamente o oposto do que eu imaginava para as aulas aqui. Pensava que o professor estaria lá na frente, seria autoritário e durao, enquanto os alunos estariam sentados como se fosse numa tribuna e haveriam muitos e muitos estudantes. É, me enganei! A sala é pequena, as mesas ficam grudadas. A aula comeca, mas náo chegaram todos os colegas. Nao tem problema, eles vao chegando aos poucos. O professor fala, alguns colegas falam junto. Agora ele esta passado uma lista de presenca, imagino que quer intimidar alguns. Ele continua sua explicacao, sempre muito previsível e sem provocacoes, sem inovacoes e alguns colegas insistem em falar junto com ele. "Respeito, por favor" pede o professor, o respeito dura por alguns minutos. Na sala há uma mistura de pessoas, têm aquelas que sao alternativas, usam roupas muito coloridas e adoram rir na aula. Tem a turma das concentradas e participativas. Ao meu lado sentou um garoto que passa a aula toda desenhando, me pergunto pq ele nao está fazendo um curso ligado a arte? Uma hora depois, a aula termina. Já fizemos o tema do Espanhol, já almocamos. Nossa única tarefa era ligar pra responsável pelo lugar onde talvez seje nossa festa de formatura. O celular dela está desligado. Que coisa, há dias estamos atrás disso, como é ruim ter que resolver coisas de tao longe. Mas tudo vai dar certo!
Estou em um dos tres computadores a disposicao dos alunos aqui na faculdade. Ao meu lado tem duas mulheres, uma delas é árabe.
Daqui a pouco comecará a aula de espanhol. Que é sempre muito divertida e produtiva. A professora, Isabel e os colegas sao muito legais. Somos uma turma unida. Tem o Anziz, um negao africano que mora da Franca, o Pierre que nao para de falar um minuto e muitas vezes faz piadas um pouco sem graca, a Rebbeca que responde as perguntas de um jeito muito italiano, muito engracado, o Matthiu, o frances de Portugal, que sempre reserva lugar pra France e aì de quem sentar ao seu lado, só ela pode! Margarithe, nao vou muito com a cara dela, uma vez fizemos um trabalho juntas e achei ela muito "tem que ser como eu quero", as japonesas que sao muito inteligentes mas tem muita dificuldade em falar, o Michel que tem a risada mais engracada que conheco e ele ri sempre no final de cada frase, o Daniel um italiano que sempre sai com umas respostas ineperadas e divertidas, tem as quatro Cathys da Inglaterra, também o Thomas, mi hermano, q é um dos mais inteligentes... Há outros, cada um com seu estilo, sua cultura e seus pensamentos o que torno a aula muito atrativa!
Agora tenho que ir. Ainda quero comprar um chocolate numa das máquinas que há no saguao.
Besitos, com muita saudade!
Ah, estou num computador com teclado em espanhol. Nao encontrei o til e o cecedilha! =)

domingo, 19 de abril de 2009

Cadê o Chocolate?

Que Europa é um continente muito católico não é novidade. Na Espanha, por exemplo, mais de 70% da população é católica. A força que a igreja tem aqui é impressionante e irritante. Agora está tendo um grande debate sobre o Aborto e a Igreja católica está fazendo uma forte campanha contrária, com outdoors pela cidade e folders. Participamos de um ciclo de debates sobre direito a vida e direito ao aborto na faculdade de Direito. Para nossa surpresa e indignação todos os painéis eram contrários ao aborto. Um absurdo! Aqui as coisas são muito intensas, e a Semana Santa não podia ser diferente. Em Valladolid a celebração é muito famosa, haviam muitos turistas na cidade. As procissões da Sexta-feira Santa são esquisitas, algo que não tinha visto até então. Pela manhã, um grupo de cofrades (cofrades são homens que usam um capuz com buracos nos olhos e uma capa, é difícil de explicar por isso colocarei uma foto) em cima de um cavalo anuncia o Sermão das Sete Palavras. De tarde, muitas pessoas participam da procissão Geral da Paixão, formada por várias imagens religiosas.
Certamente a Semana Santa é uma das festas mais vistosas e emotivas daqui. Haviam muitas pessoas a acompanhando, todas com suas roupas de missa de domingo e muito atentas a cada detalhe.
Apesar de não ser uma pessoa religiosa, foi bonito ver a devoção, homens, mulheres e crianças vestidas com suas roupas características, percorrendo as ruas no ritmo dos tambores e da música.
A semana santa aqui dura uma semana, são 7 dias de procissões. Algumas aconteceram durante a madrugada, havia alguns devotos estavam de pé descalços. Os sacrifícios não são pequenos.. Além de presenciar essa semana (na verdade só um dia) religiosa muito diferente, tive também uma Páscoa diferente esse ano. A principal diferença é a inexistência de chocolates. Eu ganhei um coelhinho dá Di, ele é tão bonito que nem o comi. Mas, diferente da gente, o povo aqui não tem o costume de presentar com chocolate. Nos mercados não haviam os tuneis de ovos de chocolate como há no Brasil, que tristeza!
Mas, para tudo se dá um jeitinho. Já que não tínhamos ovos, fizemos negrinho. As meninas Gabi, Lina e Catty vieram passar a páscoa com a gente. Elas trouxeram crepes. O crepe delas é como a massa da nossa panqueca. Aí era só pôr o recheio (de chocolate) e comer!!
Passamos nosso domingo de Páscoa assim e foi muito divertido! Comendo, assistindo filme e relembrando a viagem de Portugal.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Portugal é Brutal! Lisboa, última parada...

Chegamos em Lisboa no finalzinho da tarde, ainda tinha sol. Lisboa tem um clima muito diferente de Porto e Coimbra. Estava calorzinho, muito agradável. Gabi e eu fomos ao albergue. Demoramos um pouquinho para encontrá-lo porque sua fachada não era de um albergue. Em Lisboa todos as casas, prédios são grudados... Encontramos pelo número, o albergue era muito legal. Com uma decoração preta e vermelho sangue, muito bonito. Parecia uma casa de família, haviam jovens na sala, uns comendo na mesa, outros vendo TV, outras sentadas em almofadas comendo. Os quartos eram mistos, com quatro beliches cada. O albergue tinha uma cozinha, então fomos fazer uma massa! Que vontade de comer comida! Heheh... Além de nós, haviam duas meninas cozinhando. Resolvi, bem feliz, conversar com elas! Não fui feliz!! Elas só falavam inglês, uma era indiana e a outra do sul da África. Além delas, todos os outros alberguistas falavam inglês.. Me senti um peixinho fora d'água! Depois dessa experiência decidi que vou aprender a falar inglês, infelizmente é a língua universal, precisamos delas, algumas vezes, para nos comunicar e precisamos nos comunicar, sempre, para sobrevivermos!
Depois de comermos, eu e Gabi saímos para conhecer a noite lisbonense. O resto do pessoal ficou no camping. Veja bem, era uma terça-feira. Pensávamos que não íamos encontrar muitos atrações, mas, que bom, estávamos enganadas! Primeiro fomos num bar cubano, só tomamos uma cerveja. Depois encontramos outro, ´Lábios de Vinho' onde havia cerveja por 1 euro e estava cheio de pessoas (porque será?). Como o bar era pequeno, haviam muitas pessoas na rua! A cada dez minuto precisávamos nos espremer nas curtas calçadas porque passava um taxi ou um caminhão de lixo. Eu e Gabi nos deliciamos com a barata e ótima cerveja portuguesa, filosofando e compartindo segredos sobre a vida. Já tenho uma grande conquista desta viagem, a amizade desta pessoa muito querida! Bom, lá pela quarta ou quinta cerveja, numa dessas casualidades da vida, aparece o Gui (lembram do menino de Madrid? Esse!). Bom, aí tomamos mais umas cervejas em sua companhia e voltamos pra o albergue. Ele ficava no bairro baixo, o bar no bairro alto. Para subir há duas opções: a pé, subindo muitas escadas e depois uma ladeira muito inclinada, ou usando o elevador da Glória, igual ao plano inclinado de Salvador. Para quem não conhece, explico: é um elevador, no caso um trenzinho, que sobe uma ladeira de 265 metros, para usá-lo temos que pagar 1,40 euro e de noite não funciona.

Foi muito divertido descer aquela ladeira de noite, a sensação era de que íamos voar, ou rolar... hehehe
Após uma noite de sono profundo, interrompida algumas vezes pelos bêbados que chegavam, acordamos cedo. Um banho para curar a ressaca e saímos para conhecer Lisboa. Encontramos o pessoal e fomos para o bairro Belém. Alí estão alguns dos mais conhecidos monumentos de Lisboa.
Começamos nosso passeio pelo Mosteiro dos Jerónimos. É uma construção IMPRESSIONANTE. Levou um século para ser construído e é uma mescla de vários estilos arquitetônicos. Lá estão enterrados Fernando Pessoa e Luís de Camões.


Quando chegamos, haviam vários cavaleiros, eles usavam um traje azul estranho, seguravam uma bandeira vermelha e andavam em ordem, estavam ensaiando, porque repetiram por duas vezes a mesma coisa. Fomos perguntar a um polícial o que está acontecendo, imaginávamos que fosse um velório (porque havíamos visto um carro de velório – eles são compridos atrás e de vidro). Mas, o que estava acontecendo era a troca de embaixadores!



Não queríamos ver a cerimônia de troca, então fomos conhecer a Torre de Belém. A Torre foi construída na era dos Descobrimentos. Li no guia que a Cathy levou para Portugal que a Torre era um símbolo da expansão de Porugal, na época em que “descobriram” vários países e eram o País mais rico e influente do mundo. Agora fiz uma pesquisa e descobri que foi usado como defesa e até como prisão política. Ficam aí as informações. A Torre de Belém é muito linda, não preciso de maiores palavras para descrevê-la.. E sua vista, para o Rio Tejo e para Lisboa, do terraço do quinto piso planta é insquecível!!


Continuamos nosso passeio conhecendo o Padrão dos Descobrimentos, que fica ao lado da Torre. Na calçada que há na frente tem o mundo desenhado, com caravelas nos lugares que Portugal “descobriu”, por exemplo há uma caravela desenhando no litoral do Brasil, escrito 'Porto Seguro' e '1500'.
Esse monumento, do Padrão dos Descobrimentos, consiste numa enorme caravela em pedra, encima há vários personagens da história portuguesa, como Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Camões, entre outros. A caravela está na direção do Rio Tejo, e evoca claramente a expansão marítima portuguesa.
Depois disso voltamos para o Mosteiro de Jerónimos (que está na frente), lá sentamos na grama e fizemos um lanche!


Depois de comer um sanduíche, descansar um pouquinho admirando a grandiosidade do Mosteiro, voltamos a vida de turista!! Próximo ponto foi a Praça do Comércio. Para irmos até lá usamos um transporte público e também turístico de Portugal, até então chamado de trenzinho. No caminho conversei com um casal português muito simpático, descobri que aquele trem se chama Carris e você paga se quer. Tá, na verdade não é assim, você tem que pagar. Mas não há ninguém para receber o dinheiro e controlar, você simplesmente põe a moeda numa máquina. Claro que as pessoas pagam, aqui há uma confiança muito grande na honestidade das pessoas.


Chegamos na Praça do Comércio, apesar do nome ela não tem comércio. É a praça mais majestosa de Lisboa. No lado norte há um enorme arco - Arco do Triunfo - que conduz a uma rua onde havia tendas com artesanato.


No meio há uma estátua de alguém que alguma pessoa importante... Já estou cansando de ver estátuas e igrejas, têm muitas por aqui!
Nesse momento da viagem o grupo raxou! Mas não foi nada grave, só seguimos rumos diferentes. Os meninos foram fazer um passeio turístico, Cathy voltou pra Valladolid e nós seguimos caminhando e conhecendo Lisboa.

Caminhamos até o Castelo de São Jorge, não o visitamos porque a entrada era cara e últimos dias de viagem são complicados... Andando pelas ruas de Lisboa me encantei por cada detalhe, apesar de estar lotada por turistas, haviam também muitas pessoas simples pelas ruas, as casinhas humildes, muito próxima uma da outra, todos os edifícios são do mesmo tamanho (acredito q três andares), os carris passando pelas ruas, seus trilhos na estrada e seus cabos (muitos) no ar, muitos barzinhos e em todos um grupo de pessoas desfrutando da de uma cerveja, um lanche...
No caminho, paramos num bar, de um brasileiro, tomamos uma cerveja e continuamos nosso passeio. Próxima parada foi num miradouro na Alfama, lá havia um senhor tocando um tango (muito comum haver pessoas mostrando seus talentos em troca de umas moedas). Eu e a Di entramos no clima e dançamos (ou tentamos) um tango! A gente se diverte! Hehe


As gurias precisavam resolver uma questão com os meninos, então resolvemos ir para o Hostel. Pegamos um carris (agora um pequeno) até a Praça de Camões. Que sufoco! Era horário de pico, o carris freava bruscamente, estava lotado... Como diz a Quel, pior que visitão das 18hs!!

Fomos para o hostel. As outras meninas resolveram que dormiriam lá com a gente, os meninos foram dormir na praia. Fizemos um arroz com legumes, dormimos uma hora e saímos...
Já eram dez horas da noite, fomos procurar um lugar legal para jantar. Encontramos um restaurante no Chiado onde trabalhavam vários brasileiros. Sentamos numa mesa na rua, como estava muito frio nos deram umas cobertas!
É impressionante a quantidade de brasileiros que trabalham em Portugal, em restaurantes, entregando panfletos na rua...
Depois, fomos para o mesmo bar do dia anterior. Havíamos combinado de nos encontrar com o Guilherme lá. Ele chegou com uns amigos. Só lembro do nome de três: Guiné, o mais engraçado, o Seixas e o Renato, esse parecia uma criança. Tomamos umas cervejas com eles, eles são 'giro' (uma maneira portuguesa de dizer legal).
No nosso último dia em Portugal, acordamos cedo (como todos os outros). Fomos admirar Lisboa do miradouro Adamastor, que fica no Bairro Alto. Quanto subir aquelas escadas e aquela ladeira!!! É divertido, mas um pouco dolorido! De lá a vista para o Rio Tejo e para a cidade é muito bonita.

Após, caminhamos pela Avenida da Liberdade, uma avenida muito arborizada e movimentada. Ao seu final (ou começo) está a Praça Marquês de Pombal. Marquês de Pombal foi o homem que ficou a frente da reconstrução de Lisboa, quando a mesma foi, em 1755, destruída por um tremor de terra, seguido de um grande incêndio que atingiu principalmente a Baixa.

Atrás está o Parque Eduardo VII, onde fizemos o lanche do dia! Nos acomodamos na grama do parque, comemos uns sanduíches (novamente hehe nunca havia comido tanto pão na minha vida!). Depois fizemos a sesta espanhola! Que coisa boa deitar na grama, sentir o calor do sol (nem preciso dizer que as gringas voltaram queimadas), escutar o som dos pássaros... Também era possível escutar o som dos automóveis e do movimento da cidade que estava logo ali na frente. Numa mistura de sentimentos, pensamentos, desejos, lembranças relaxei depois dos últimos agitados dias. Não estávamos só, haviam muitos pombos nos fazendo companhia.
Antes que minha mãe fique preocupada, preciso explicar que dormir num parque no meio de uma capital não é um risco quando está capital está localizada na Europa. Portugal, que aparentemente é o país mais humilde, é muito tranqüilo.

Depois de renovadas as energias, voltamos a nossa vida de turista. Fomos até o Elevador de Santa Justa, que liga a Baixa ao Bairro Alto.

Ah, já estava me esquecendo, Lisboa tem sua comida típica que é o Pastel de Belém. Bem gostoso! Além do Pastel de Belém aproveitei para matar a saudade de comer um folhado, um risóli e coxinha de galinha – não existem na Espanha!

Assim, terminamos nosso passeio por Portugal e pela encantadora Lisboa! Um país muito legal e muito familiar!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Sintra!

No quarto dia da nossa grande viagem por Portugal partimos de Coimbra em direção à Sintra, uma cidadezinha (chamam de Pueblo) há 30km de Lisboa, é patrimônio mundial na categoria paisagem cultural.
Ao chegarmos lá (uma hora depois que o outro carro), tive um pequeno desentendimento com o Vicente, francês! Agora vocês entenderão o porque que o GPS não é a melhor invenção dos últimos tempos. Acontece que algumas pessoas esquecem que existem outras formas de encontrar um lugar, como perguntar, e acham que um GPS é tudo. Precisávamos nos encontrar com o resto do povo e demoramos muito tempo para fazer isso, graças ao GPS! Sim, eu me irritei com aquilo na viagem. Poxa, é tão mais fácil pedir uma informação para alguém do que ficar dando voltas e voltas. Sim, o GPS é muito bom, mas nem sempre! A confusão só terminou quando minha paciência acabou e pedi (quase obriguei) que ele me passasse o telefone pra que eu pudesse falar com uma das meninas brasileiras. Aí sim, houve comunicação! Franceses, franceses...
Bom, aí começamos nosso passeio por Sintra. Minha preguiça fez com que eu não conhece um lugar muito lindo. O povo foi conhecer o Palácio Quinto da Regaleira, como tinha que subir um baita morro, preferi ficar passeando pelas ruazinhas, comendo queijada, comprando postais e sentindo o cheiro das árvores.
Sintra é uma cidade cheia de natureza, parecia ser no meio de um bosque. Lá tem muitos castelos!
É uma cidade muito turística, haviam muitas pessoas pelas ruas, com suas máquinas e seus mapas. Tudo lá era muito caro, não encontramos que o prato fosse mais barato que 8 Euros.
Não aproveitei quase nada que Sintra tem para oferecer, por isso vou colocar um foto da Di no Palácio da Quinta da Regaleira para vocês verem o que eu perdi! Hehehe
No fim da tarde, partimos para Lisboa!

domingo, 12 de abril de 2009

Coimbra - Portugal

Saímos de Porto ao meio-dia, com destino à Coimbra. Dessa vez fui no carro do Vicent, um furgão. Demoramos umas duas horas a mais que o outro carro, mas chegamos!
Passamos por um pedágio, o único da viagem, porque os meninos, até então, só haviam escolhido estradas sem pedágios. Tivemos que pagar 26,50 euros, acreditem? Muito caro!!! Tá certo que foi cobrado mais porque o carro é alto, a taxa de um carro normal é 15 euros, também muito caro!

Ao chegarmos em Coimbra, Gabi e eu descobrimos que nosso albergue era a uns 40km da cidade, agora a gente sabe que devemos confirmar a localização antes de fazer a reserva... Aí colocamos nossa mochila nas costas e saímos a procura de um lugar barato. Encontramos a Pensão Atlântida. Subimos uns três andares de escadas, havia uma porta fechada, parecia que não havia ninguém lá dentro, estava tudo escuro. Tocamos a campainha. Alguns minutos depois, uma velhinha um pouco descabelada, magrinha, abriu a porta. Ela era um pouco surda, precisávamos falar alto e perto dela para que nos escutasse. Havia um quarto para nós duas e era barato. Resolvemos ficar por lá. Entramos na pensão, subimos mais uma escada. Um gato preto no caminho. Entramos no nosso quarto, havia um pouco de cheio de velho. Só um detalhe. O quarto era aqueles quartos de vó, com uma penteadeira, um guarda-roupa e uma cama de casal de madeira bem grande. Havia, também, um chuveiro e uma pia dentro do quarto. Legal!

Deixamos nossas coisas lá e fomos conhecer Coimbra. Encontramos o pessoal na Universidade de Coimbra, que é a mais antiga da Europa. Foi fundada em 1290 e transferida definitivamente para a cidade em 1537. A foto abaixo é do Paço das Escolas, vulgarmente conhecido como Páteo da Universidade. A esquerda tem a Capela de São Miguel e a Torre da Universidade. Ao centro, a Via Latina, colunata maneirista, edificada no século XVIII. A direita, a Porto Férrea e o antigo Colégio de São Pedro.



Vistamos a Biblioteca Joanina (foto abaixo). Foi construída em 1717, em estilo barroco. É toda feita de madeiras exóticas (brasileiras e orientais), requintadas pinturas e notável douradora das estantes, que surpreendem os olhos. O edifício alberga cerca de 200.000 volumes. Os livros podem ser consultados, através de um pedido fundamentado os motivos da consulta, então o livro é levado para a Biblioteca Geral, ficando aí a disposição do interessado. Há um enorme cuidado porque são livros datados dos séculos XVI, XVII e XVIII. Sim, são aqueles livros enooormes, de folhas douradas.



Olha que interessante! Estava acontecendo uma calourada dos alunos de economia. Eles estavam todos vestidos com um colete, um boné vermelho, um bico pendurado no pescoço e obedeciam ordens dadas pelos veteranos. Esses usavam um traje preto (homens, terno e gravata, mulheres talleur) e todos usavam uma capa preta por cima. Essa roupa é um traje universitário, usado simplesmente para ir a aula até em eventos (principalmente nestes). Sua finalidade é demonstrar que ninguém é melhor que ninguém, por isso estão todos iguais.

Depois conhecermos a Universidade, fomos fazer um lanche no Largo da Portagem.
Na foto abaixo é visível a estátua de Joaquim Antonio de Aguiar, o Mata-frades, representado a assinar o decreto de extinção das Ordens religiosas. E, à esquerda, o o belíssimo edifício do Banco de Portugal.


Assim terminou nosso passeio por Coimbra, e o terceiro dia da viagem por Portugal.

sábado, 11 de abril de 2009

Porto, Portugal! Um pedacinho do Brasil na Europa

Acordamos às 5 horas da manhã para arrumar as últimas coisas para partirmos rumo a Portugal. Eu e Raquel tiramos o peixe do seu sujo aquário. Peixe? Sim, temos um peixe em casa. Quem trouxe ele para nosso lar foi nossa companheira de piso, que é um pouco estranha. Ela foi viajar para sua terra (Palma, uma das Ilhas Canárias) e deixou o pobre do peixe em casa, ou seja, sua morte estava próxima.
A gente pensou em várias soluções para o peixinho, até que resolvemos que a melhor alternativa era jogá-lo num rio. Sim, provavelmente morrerá, mas ao menos não será dentro de um aquário por falta de oxigênio e de fome, mas sim num rio e ainda servirá de alimento para algum outro bichinho. =)
O Matthiu, um francês que é nosso colega de Espanhol, chegou às 6 horas para nos buscar. Quando o elevador chegou no térreo, eu com o saco do peixinho na mão, encontramos uns vizinhos (até então desconhecidos) exalando cachaça, chegando da festa, como sei que bêbado aceita tudo, ofereci o lindo peixinho a eles. Dito e feito, aceitaram o presente na maior alegria. Só espero q estejam cuidando bem dele!!
Agora estava tudo certo, após o final feliz do peixe, iniciamos nossa viagem de cinco horas até a cidade de Porto, em Portugal.
Logo que saímos, nos perdemos! Acho que não comentei ainda, mas aqui todos os carros tem GPS, inclusive os taxis. Ele é muito prático e útil, mas até o final dessa viagem mudarei um pouco minha opinião sobre eles, mais tarde conto porque. Bom, mesmo com o GPS, o Matthiu se perdeu e entramos numa ruazinha de terra e com um cheiro de lixo. Logo, voltamos a estrada certa.
Durante o trajeto meus pensamentos voaram por aquelas terras desertas. De repente começou a aparecer muitos geradores de energia a vento, também passamos por alguns geradores de energia pelo sol (muito interessantes, na primeira vez que os vi não entendi direito para que serviam, mas depois percebi que captavam alguma coisa lá de cima). Além dos geradores, havia, no alto das montanhas, resquícios de neves. Gosto tanto de ver neve, um dia ainda farei um boneco com ela!
As estradas são muito boas, é fácil de imaginar que nelas não têm buracos e tão pouco congestionamento, na maioria das autopistas a velocidade máxima permitida é 120km/hora. As placas, na noite, têm luzes piscantes (que coisa!) e as faixas que delimitam a estrada têm alguma coisa (ñ sei como explicar), mas sempre que você passa com o carro por elas, faz um barulhão, achei isso muito interessante e seguro, caso você durma no volante e vá pra fora da pista acordará com o barulho.
Chegamos em Porto, uma cidade muito conhecida pelo seu famoso vinho. Porto é muito bonita e me fez recordar muito o Brasil... Portugal é, sem sombra de dúvida, um país muito diferente dos outros europeus. Tá certo que só conheço a Espanha, mas imagino como sejam os outros. Portugal é mais povo, as casas são mais humildes, tem vários cortiço, carros populares, pessoas simples, gatos nas ruas, enfim, um país mais simples e muito parecido com o Brasil. Foi tão bom chegar num lugar e ouvir e falar português, na verdade foi um tanto confuso, eu falava espanhol com os portugueses e português com quem eu devia falar espanhol, como com os franceses! Hehehe Foi uma confusão... No final eu já estava falando um portunhol com o português de Portugal.

Começamos conhecendo a parte histórica de Porto, que é Patrimônio Mundial. Subindo ladeiras, com casinhas de no máximo três andares em ambos os lados, coloridas, fomos descobrindo essa cidade encantadora. Gostei muito! Porto me lembrou muito a Bahia, por si só e também por ter muitas igrejas e lugares com os mesmo nomes, como por exemplo: Pelourinho, Catedral da Sé, Igreja da Lapa...
No primeiro dia, conhecemos Palácio da Bolsa, Igreja e torre dos Clérigos, Praça da Liberdade, Catedral da Sé, Pelourinho, Estação de São Bento...
Na Praça da Liberdade, estava tendo uma guerra de almofadas. Haviam vários jovens com seus travesseiros e com muita vontade de acertar alguém, bem divertido, em abril terá uma na nossa cidade, talvez eu vá, mas terei que comprar um travesseiro, então não sei...
Ahhh estava esquecendo de contar uma coisa muuuito importante: ao chegarmos em Porto, fomos almoçar e comemos um delicioso feijão!!!!! Hum, estava uma delícia. O Matthiu, francês, nem quis provar o feijão... Os franceses têm cada uma, contarei aos poucos, mas uma das mais chocantes é que erva-mate é proibida lá. Adivinhem por que? Porque tudo que é desconhecido para eles, é proibido, por medida de cautela! Que absurdo. Quando Vicent me falou isso eu disse para ele 'já que vocês são tão bons, porque não fazem um estudo para ver as conseqüências da erva-mate'... Outra, fomos estacionar e um flanelinha veio nos ajudar, quando veio cobrar, o Matthiu achou o cúmulo ter que pagar e não conseguia entender que existem pessoas que ganham a vida assim. Franceses, Franceses... Ah, eles são os melhores do mundo, lá têm os melhores motoristas, as melhores comidas... (um parentese: na viagem haviam quatro franceses, dois meninos, Vicent e Matthiu, e duas meninas, Lina e Caty. As meninas são fantásticas, duas pessoas muito queridas, divertidas, simples.. Totalmente oposto dos meninos. Todos esses comentários dos franceses, são referidos aos meninos).
Terminamos o dia tomando cerveja portuguesa, Super Bock, e comendo uma Francesinha e bacalhau, típicos de Portugal.

No segundo dia, foi um dia de frustrações.. hehe Tá, nem tanto... A primeira foi a Faculdade de Arquitetura. Tínhamos um guia feito por uma menina de Porto e lá estava escrito que devíamos conhecer a Faculdade. Ok, lá fomos nós! Depois de subir muito, mas muitos morros, chegamos aonde o mapa indicava estar a incrível Faculdade. Mas não víamos nada de extraordinário. Passamos por uns blocos e eu e Raquel comentamos “que feio”. E, adivinhem? Ali era a Faculdade de Arquitetura, que, segundo a menina portuguesa, era indescritível, de uma arquitetura moderna e blá blá blá... Tá certo que gosto, cores e amores não se discute, mas pra mim aquilo não tinha nada de moderno!
Aí fomos conhecer a Sinagoga Kadooric. Estava fechada e, sinceramente, nada demais!
Seguimos até a Casa da Música, também uma construção moderna (essa sim era moderna!). Dizem que lá tem a melhor acústica do mundo! Dentro é bem legal, cheio de decorações modernas!
Nesse momento, eu, Quel e Caty nos perdemos do resto do grupo. Então fomos conhecer o Palácio de Cristal. No caminho passamos pelo monumento aos Heróis da Guerra Peninsular. O Palácio não tinha nada demais, mas valeu pelo seu jardim e pela vista linda do Rio Douro.
Encontramos o povo e fomos numa Cava, lugar de armazenamento de vinhos. Na verdade, eu e a Quel não entramos, ficamos no carro dormindo...

Fomos à praia ver o pôr do sol, muito lindo! Estava muito pensativa e nostálgica, praia me traz muitas lembranças...

Bom, aí fomos ao camping fazer um 'barbacoa', churrasco em espanhol. Compramos uns espetinhos, umas salsichas, pão e vinho. Nós cantamos músicas brasileiras, principalmente Raul e os franceses cantaram suas músicas. Foi bem divertido!

Voltamos para o albergue (eu e Gabi)... Amanhã partiremos para Coimbra!!