quinta-feira, 30 de abril de 2009

Prisão Espanhola

Todos dizem que devemos aproveitar o máximo nossa estada pela Europa e isso não é somente conhecer cidades, igrejas e palácios, mas também conhecer um pouco de como o povo vive, suas culturas e costumes. Já escrevi algumas curiosidades num texto, em breve irei escrever outras, mas hoje irei contar sobre um passeio diferente que fiz aqui na Espanha. Conheci uma prisão. Entrei como visitante, fiquem tranqüilos hehehe... Fomos com nossa turma de Direito Penitenciário.
A primeira curiosidade é que a prisão de Valladolid fica muito distante da cidade, está tão distante que nem há ônibus até lá. A pergunta é: como as famílias dos presos fazem para irem visitá-los? A única maneira, para quem não tem carro, é ir de taxi e pagar mais de 40 euros, ida e volta.
Nós, como não temos carro, fomos com o professor em sua 'simples' Mercedes.
As prisões espanholas são um hotel de duas estrelas. A que fomos conhecer é uma antiga, de 1985. As mais modernas devem ser um hotel 5 estrelas, tem até piscina! Hehe...
Na que conhecemos têm 600 encarcerados. Tem o módulo masculino e o feminino, mas eles não se misturam.
A prisão é muito diferente das brasileiras, começando pelo ambiente, nas paredes há pinturas coloridas e alegres, muitas delas pintadas pelos próprios carcerários.
Além das paredes coloridas, há vários espaços, como salas de aula, sala de pintura, academia, padaria (eles fazem seu próprio pão). Há um salão de atos, um teatro muito bonito, no palco haviam instrumentos musicais.
Fomos conhecer as celas e, pasmem, são selas individuais ou para duas pessoas. Estavam abertas para que pudéssemos vê-las (não são grandes, e sim quartos fechados), as paredes estavam pintadas, alguns bem limpinhos, outras nem tanto. Uma delas havia muitos livros, muitos mesmos e livros em inglês, livros de Direito...
Num ambiente assim, talvez seja possível ressocializar uma pessoa.
Uma curiosidade do sistema penitenciário daqui é que cada preso recebe o valor de 80 euros por mês para gastar no que bem entender, nas máquinas de produtos que existem nos presídios. Caso eles não gastem toda a quantia, há duas opções: guardar para o próximo mês ou enviar para a família. Se economizarem podem comprar até uma televisão!
Um pouquinho da prisão espanhola, que segundo o professor são as melhores da Europa.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um dia de festa para a esquerda Espanhola

*Segue um texto escrito pela Raquel sobre a festa de Castilla y León! Boa leitura... Beijos!!!
Dia 23 de Abril se comemora o Dia de Castilla y Leon, província em que vivemos. Ainda no 8 de Março, as Alicias (duas companheiras xarás da MMM), já nos haviam dito sobre uma grande festa que acontece todos os anos em uma pequena cidade pertencente a Valladolid, chamada Villalar de los Comumeros. Como sempre, mesmo sabendo com muita antecedência, deixamos tudo para a última hora. Então, exatamente à meia-noite enviamos uma mensagem no celular dela avisando que queríamos ir a festa. No outro dia pela manhã, bem cedo por sinal, às 9hs Alicia (vou denominar de Alicia 1), nos ligou marcando para encontrarmos ao meio-dia e meio. Ótimo horário, assim deu tempo de dar uma passadinha na feira de livros antigos. Ah! Dia 23 é dia do Livro também...
Então, pontualmente no horário marcado estávamos lá... E elas também.

A Alicia 2, foi somente nos levar, pois teria que trabalhar, é advogada e ia passar o dia no presídio. A Alicia 1, foi com a gente. Importante dizer que ela adora falar... Em poucas horas em sua companhia é possível saber toda a história da Espanha. O que é bom, pois gostava de explicar o porquê de tudo. Antes mesmo de chegar, já havia nos explicado que esta festa é em homenagem aos Comuneros que, em 1521, morreram decapitados lutando contra a monarquia e a favor da república. Eles foram decapitados neste mesmo vilarejo onde hoje ocorre a tradicional Festa de Castilla y León.
Chegando lá, nos deparemos com muitas pessoas, muitas tendas, muito barulho... Tinha um pouco de tudo. Embaixo de um sol escaldante, havia apresentações culturais, principalmente de danças típica da Espanha como a “jota”, um palco para o falatório dos representantes de Movimentos e Partidos, muitas pessoas vendendo e fazendo comidas típicas, muitas bancas onde se vendiam de tudo (livros, comidas, roupas, artesanatos...). Haviam também várias carpas, umas tendas enormes de lonas. Cada uma pertencia a uma organização, ou a mais de uma. Nelas cada entidade ou movimento fazia sua festa particular, vendendo comidas e bebidas e promovendo atividades culturais. Passamos por todas... desde as anarquistas até a apoio à Palestina.
Sentamos um pouco para beber uma cerveja, e comer uma paella (nada saborosa!) e descansar à sombra.
Logo depois fomos conhecer o Vilarejo... Lá não devem morar mais de 300 pessoas. Mas neste dia deve triplicar o número de habitantes. Paramos na Praça Maior (toda as cidades têm uma Praça Maior), para assistir um teatro de rua encenando a morte dos Comuneros. A peça não durou mais de 15 minutos, mas foi bem interessante.
Depois disso, fomos passear pelas tendas, tomar sorvete... e esperar o tempo passar até que Alicia 2 chegasse para nos buscar.
Foi um dia interessante, onde aprendemos bastante sobre a história da Espanha e a organização das entidades e movimentos sociais.

Fito! Vengo ofrecer mi corazón!

Ingressos na mão, terça-feira às 21 horas saímos, Quel e eu, em direção ao teatro onde iria acontecer o show do cantor argentino, Fito Paez. Só nós para conseguir a façanha de chegar no teatro e perceber que não seria lá o show! Sim, erramos o lugar! Estávamos no teatro Calderón e o show era no Teatro Carrión (os nomes são parecidos, fácil de confundir). Lá fomos nós para o teatro certo, o show já havia começado! Com a ajuda da lanterninha, encontramos nossos lugares. Fito já estava no palco, sentando em seu piano, com seu jeito único, pulando a cada batida mais forte!
Era o lançamento do seu novo CD, a platéia estava muito empolgada, cantando junto com Fito suas músicas românticas.
O show foi muito emocionante, escutar Fito e suas letras é uma experiência única!
A última música que cantou foi a que era para nós a mais esperada: Mariposa Technicolor. Me arrepiei, foi lindo!

Segue a letra para acompanhar o vídeo feito por Quel durante o show!

Todas las mañanas que viví
todas las calles donde me escondí
el encantamiento de un amor
el sacrificio de mis madres
los zapatos de charol
los domingos en el club
salvo que cristo sigue allí en la cruz
las columnas de la catedral y la tribuna
grita gol el lunes por la capital

*Todos yiran y yiran
todos bajo el sol
se proyecta la vida
Mariposa technicolor
cada vez que me miras
cada sensación
se proyecta la vida
Mariposa technicolor

Vi sus caras de resignación
los vi felices llenos de dolor
ellas cocinaban el arrozse levantaba sus principios
de sutil emperador

Todo al fin se sucedió
sólo que el tiempo no los esperó
la melancolia de morir en este mundo
y de vivir sin una estúpida razón

*coro

Yo te conozco de antes
desde antes del ayer
yo te conozco de antes
cuando me fuino me alejé
llevo la voz cantante
llevo la luz del tren
llevo un destino errante
llevo tus marcas en mi piel
y hoy solo te vuelvo a ver (x3)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

¿Rotina?

Valladolid, Faculdade de Educacao Social, 22 de abril de 2009, 14:17 da manha (já sabem que a tarde comeca às 17hs). Acabei de sair da aula de Sociologia e Antropologia Social, tenho uma hora de folga até o curso de espanhol, tenho coisas para fazer mas estou com muita cólica e pouca vontade. A aula de sociologia foi como sempre. Hoje cheguei na hora, vim caminhando, o sol está bem quente mas o vento continua muito gelado. O professor continua o mesmo, os colegas também, o método nunca muda e a aula continua sendo mais ou menos. Essa aula é exatamente o oposto do que eu imaginava para as aulas aqui. Pensava que o professor estaria lá na frente, seria autoritário e durao, enquanto os alunos estariam sentados como se fosse numa tribuna e haveriam muitos e muitos estudantes. É, me enganei! A sala é pequena, as mesas ficam grudadas. A aula comeca, mas náo chegaram todos os colegas. Nao tem problema, eles vao chegando aos poucos. O professor fala, alguns colegas falam junto. Agora ele esta passado uma lista de presenca, imagino que quer intimidar alguns. Ele continua sua explicacao, sempre muito previsível e sem provocacoes, sem inovacoes e alguns colegas insistem em falar junto com ele. "Respeito, por favor" pede o professor, o respeito dura por alguns minutos. Na sala há uma mistura de pessoas, têm aquelas que sao alternativas, usam roupas muito coloridas e adoram rir na aula. Tem a turma das concentradas e participativas. Ao meu lado sentou um garoto que passa a aula toda desenhando, me pergunto pq ele nao está fazendo um curso ligado a arte? Uma hora depois, a aula termina. Já fizemos o tema do Espanhol, já almocamos. Nossa única tarefa era ligar pra responsável pelo lugar onde talvez seje nossa festa de formatura. O celular dela está desligado. Que coisa, há dias estamos atrás disso, como é ruim ter que resolver coisas de tao longe. Mas tudo vai dar certo!
Estou em um dos tres computadores a disposicao dos alunos aqui na faculdade. Ao meu lado tem duas mulheres, uma delas é árabe.
Daqui a pouco comecará a aula de espanhol. Que é sempre muito divertida e produtiva. A professora, Isabel e os colegas sao muito legais. Somos uma turma unida. Tem o Anziz, um negao africano que mora da Franca, o Pierre que nao para de falar um minuto e muitas vezes faz piadas um pouco sem graca, a Rebbeca que responde as perguntas de um jeito muito italiano, muito engracado, o Matthiu, o frances de Portugal, que sempre reserva lugar pra France e aì de quem sentar ao seu lado, só ela pode! Margarithe, nao vou muito com a cara dela, uma vez fizemos um trabalho juntas e achei ela muito "tem que ser como eu quero", as japonesas que sao muito inteligentes mas tem muita dificuldade em falar, o Michel que tem a risada mais engracada que conheco e ele ri sempre no final de cada frase, o Daniel um italiano que sempre sai com umas respostas ineperadas e divertidas, tem as quatro Cathys da Inglaterra, também o Thomas, mi hermano, q é um dos mais inteligentes... Há outros, cada um com seu estilo, sua cultura e seus pensamentos o que torno a aula muito atrativa!
Agora tenho que ir. Ainda quero comprar um chocolate numa das máquinas que há no saguao.
Besitos, com muita saudade!
Ah, estou num computador com teclado em espanhol. Nao encontrei o til e o cecedilha! =)

domingo, 19 de abril de 2009

Cadê o Chocolate?

Que Europa é um continente muito católico não é novidade. Na Espanha, por exemplo, mais de 70% da população é católica. A força que a igreja tem aqui é impressionante e irritante. Agora está tendo um grande debate sobre o Aborto e a Igreja católica está fazendo uma forte campanha contrária, com outdoors pela cidade e folders. Participamos de um ciclo de debates sobre direito a vida e direito ao aborto na faculdade de Direito. Para nossa surpresa e indignação todos os painéis eram contrários ao aborto. Um absurdo! Aqui as coisas são muito intensas, e a Semana Santa não podia ser diferente. Em Valladolid a celebração é muito famosa, haviam muitos turistas na cidade. As procissões da Sexta-feira Santa são esquisitas, algo que não tinha visto até então. Pela manhã, um grupo de cofrades (cofrades são homens que usam um capuz com buracos nos olhos e uma capa, é difícil de explicar por isso colocarei uma foto) em cima de um cavalo anuncia o Sermão das Sete Palavras. De tarde, muitas pessoas participam da procissão Geral da Paixão, formada por várias imagens religiosas.
Certamente a Semana Santa é uma das festas mais vistosas e emotivas daqui. Haviam muitas pessoas a acompanhando, todas com suas roupas de missa de domingo e muito atentas a cada detalhe.
Apesar de não ser uma pessoa religiosa, foi bonito ver a devoção, homens, mulheres e crianças vestidas com suas roupas características, percorrendo as ruas no ritmo dos tambores e da música.
A semana santa aqui dura uma semana, são 7 dias de procissões. Algumas aconteceram durante a madrugada, havia alguns devotos estavam de pé descalços. Os sacrifícios não são pequenos.. Além de presenciar essa semana (na verdade só um dia) religiosa muito diferente, tive também uma Páscoa diferente esse ano. A principal diferença é a inexistência de chocolates. Eu ganhei um coelhinho dá Di, ele é tão bonito que nem o comi. Mas, diferente da gente, o povo aqui não tem o costume de presentar com chocolate. Nos mercados não haviam os tuneis de ovos de chocolate como há no Brasil, que tristeza!
Mas, para tudo se dá um jeitinho. Já que não tínhamos ovos, fizemos negrinho. As meninas Gabi, Lina e Catty vieram passar a páscoa com a gente. Elas trouxeram crepes. O crepe delas é como a massa da nossa panqueca. Aí era só pôr o recheio (de chocolate) e comer!!
Passamos nosso domingo de Páscoa assim e foi muito divertido! Comendo, assistindo filme e relembrando a viagem de Portugal.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Portugal é Brutal! Lisboa, última parada...

Chegamos em Lisboa no finalzinho da tarde, ainda tinha sol. Lisboa tem um clima muito diferente de Porto e Coimbra. Estava calorzinho, muito agradável. Gabi e eu fomos ao albergue. Demoramos um pouquinho para encontrá-lo porque sua fachada não era de um albergue. Em Lisboa todos as casas, prédios são grudados... Encontramos pelo número, o albergue era muito legal. Com uma decoração preta e vermelho sangue, muito bonito. Parecia uma casa de família, haviam jovens na sala, uns comendo na mesa, outros vendo TV, outras sentadas em almofadas comendo. Os quartos eram mistos, com quatro beliches cada. O albergue tinha uma cozinha, então fomos fazer uma massa! Que vontade de comer comida! Heheh... Além de nós, haviam duas meninas cozinhando. Resolvi, bem feliz, conversar com elas! Não fui feliz!! Elas só falavam inglês, uma era indiana e a outra do sul da África. Além delas, todos os outros alberguistas falavam inglês.. Me senti um peixinho fora d'água! Depois dessa experiência decidi que vou aprender a falar inglês, infelizmente é a língua universal, precisamos delas, algumas vezes, para nos comunicar e precisamos nos comunicar, sempre, para sobrevivermos!
Depois de comermos, eu e Gabi saímos para conhecer a noite lisbonense. O resto do pessoal ficou no camping. Veja bem, era uma terça-feira. Pensávamos que não íamos encontrar muitos atrações, mas, que bom, estávamos enganadas! Primeiro fomos num bar cubano, só tomamos uma cerveja. Depois encontramos outro, ´Lábios de Vinho' onde havia cerveja por 1 euro e estava cheio de pessoas (porque será?). Como o bar era pequeno, haviam muitas pessoas na rua! A cada dez minuto precisávamos nos espremer nas curtas calçadas porque passava um taxi ou um caminhão de lixo. Eu e Gabi nos deliciamos com a barata e ótima cerveja portuguesa, filosofando e compartindo segredos sobre a vida. Já tenho uma grande conquista desta viagem, a amizade desta pessoa muito querida! Bom, lá pela quarta ou quinta cerveja, numa dessas casualidades da vida, aparece o Gui (lembram do menino de Madrid? Esse!). Bom, aí tomamos mais umas cervejas em sua companhia e voltamos pra o albergue. Ele ficava no bairro baixo, o bar no bairro alto. Para subir há duas opções: a pé, subindo muitas escadas e depois uma ladeira muito inclinada, ou usando o elevador da Glória, igual ao plano inclinado de Salvador. Para quem não conhece, explico: é um elevador, no caso um trenzinho, que sobe uma ladeira de 265 metros, para usá-lo temos que pagar 1,40 euro e de noite não funciona.

Foi muito divertido descer aquela ladeira de noite, a sensação era de que íamos voar, ou rolar... hehehe
Após uma noite de sono profundo, interrompida algumas vezes pelos bêbados que chegavam, acordamos cedo. Um banho para curar a ressaca e saímos para conhecer Lisboa. Encontramos o pessoal e fomos para o bairro Belém. Alí estão alguns dos mais conhecidos monumentos de Lisboa.
Começamos nosso passeio pelo Mosteiro dos Jerónimos. É uma construção IMPRESSIONANTE. Levou um século para ser construído e é uma mescla de vários estilos arquitetônicos. Lá estão enterrados Fernando Pessoa e Luís de Camões.


Quando chegamos, haviam vários cavaleiros, eles usavam um traje azul estranho, seguravam uma bandeira vermelha e andavam em ordem, estavam ensaiando, porque repetiram por duas vezes a mesma coisa. Fomos perguntar a um polícial o que está acontecendo, imaginávamos que fosse um velório (porque havíamos visto um carro de velório – eles são compridos atrás e de vidro). Mas, o que estava acontecendo era a troca de embaixadores!



Não queríamos ver a cerimônia de troca, então fomos conhecer a Torre de Belém. A Torre foi construída na era dos Descobrimentos. Li no guia que a Cathy levou para Portugal que a Torre era um símbolo da expansão de Porugal, na época em que “descobriram” vários países e eram o País mais rico e influente do mundo. Agora fiz uma pesquisa e descobri que foi usado como defesa e até como prisão política. Ficam aí as informações. A Torre de Belém é muito linda, não preciso de maiores palavras para descrevê-la.. E sua vista, para o Rio Tejo e para Lisboa, do terraço do quinto piso planta é insquecível!!


Continuamos nosso passeio conhecendo o Padrão dos Descobrimentos, que fica ao lado da Torre. Na calçada que há na frente tem o mundo desenhado, com caravelas nos lugares que Portugal “descobriu”, por exemplo há uma caravela desenhando no litoral do Brasil, escrito 'Porto Seguro' e '1500'.
Esse monumento, do Padrão dos Descobrimentos, consiste numa enorme caravela em pedra, encima há vários personagens da história portuguesa, como Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Camões, entre outros. A caravela está na direção do Rio Tejo, e evoca claramente a expansão marítima portuguesa.
Depois disso voltamos para o Mosteiro de Jerónimos (que está na frente), lá sentamos na grama e fizemos um lanche!


Depois de comer um sanduíche, descansar um pouquinho admirando a grandiosidade do Mosteiro, voltamos a vida de turista!! Próximo ponto foi a Praça do Comércio. Para irmos até lá usamos um transporte público e também turístico de Portugal, até então chamado de trenzinho. No caminho conversei com um casal português muito simpático, descobri que aquele trem se chama Carris e você paga se quer. Tá, na verdade não é assim, você tem que pagar. Mas não há ninguém para receber o dinheiro e controlar, você simplesmente põe a moeda numa máquina. Claro que as pessoas pagam, aqui há uma confiança muito grande na honestidade das pessoas.


Chegamos na Praça do Comércio, apesar do nome ela não tem comércio. É a praça mais majestosa de Lisboa. No lado norte há um enorme arco - Arco do Triunfo - que conduz a uma rua onde havia tendas com artesanato.


No meio há uma estátua de alguém que alguma pessoa importante... Já estou cansando de ver estátuas e igrejas, têm muitas por aqui!
Nesse momento da viagem o grupo raxou! Mas não foi nada grave, só seguimos rumos diferentes. Os meninos foram fazer um passeio turístico, Cathy voltou pra Valladolid e nós seguimos caminhando e conhecendo Lisboa.

Caminhamos até o Castelo de São Jorge, não o visitamos porque a entrada era cara e últimos dias de viagem são complicados... Andando pelas ruas de Lisboa me encantei por cada detalhe, apesar de estar lotada por turistas, haviam também muitas pessoas simples pelas ruas, as casinhas humildes, muito próxima uma da outra, todos os edifícios são do mesmo tamanho (acredito q três andares), os carris passando pelas ruas, seus trilhos na estrada e seus cabos (muitos) no ar, muitos barzinhos e em todos um grupo de pessoas desfrutando da de uma cerveja, um lanche...
No caminho, paramos num bar, de um brasileiro, tomamos uma cerveja e continuamos nosso passeio. Próxima parada foi num miradouro na Alfama, lá havia um senhor tocando um tango (muito comum haver pessoas mostrando seus talentos em troca de umas moedas). Eu e a Di entramos no clima e dançamos (ou tentamos) um tango! A gente se diverte! Hehe


As gurias precisavam resolver uma questão com os meninos, então resolvemos ir para o Hostel. Pegamos um carris (agora um pequeno) até a Praça de Camões. Que sufoco! Era horário de pico, o carris freava bruscamente, estava lotado... Como diz a Quel, pior que visitão das 18hs!!

Fomos para o hostel. As outras meninas resolveram que dormiriam lá com a gente, os meninos foram dormir na praia. Fizemos um arroz com legumes, dormimos uma hora e saímos...
Já eram dez horas da noite, fomos procurar um lugar legal para jantar. Encontramos um restaurante no Chiado onde trabalhavam vários brasileiros. Sentamos numa mesa na rua, como estava muito frio nos deram umas cobertas!
É impressionante a quantidade de brasileiros que trabalham em Portugal, em restaurantes, entregando panfletos na rua...
Depois, fomos para o mesmo bar do dia anterior. Havíamos combinado de nos encontrar com o Guilherme lá. Ele chegou com uns amigos. Só lembro do nome de três: Guiné, o mais engraçado, o Seixas e o Renato, esse parecia uma criança. Tomamos umas cervejas com eles, eles são 'giro' (uma maneira portuguesa de dizer legal).
No nosso último dia em Portugal, acordamos cedo (como todos os outros). Fomos admirar Lisboa do miradouro Adamastor, que fica no Bairro Alto. Quanto subir aquelas escadas e aquela ladeira!!! É divertido, mas um pouco dolorido! De lá a vista para o Rio Tejo e para a cidade é muito bonita.

Após, caminhamos pela Avenida da Liberdade, uma avenida muito arborizada e movimentada. Ao seu final (ou começo) está a Praça Marquês de Pombal. Marquês de Pombal foi o homem que ficou a frente da reconstrução de Lisboa, quando a mesma foi, em 1755, destruída por um tremor de terra, seguido de um grande incêndio que atingiu principalmente a Baixa.

Atrás está o Parque Eduardo VII, onde fizemos o lanche do dia! Nos acomodamos na grama do parque, comemos uns sanduíches (novamente hehe nunca havia comido tanto pão na minha vida!). Depois fizemos a sesta espanhola! Que coisa boa deitar na grama, sentir o calor do sol (nem preciso dizer que as gringas voltaram queimadas), escutar o som dos pássaros... Também era possível escutar o som dos automóveis e do movimento da cidade que estava logo ali na frente. Numa mistura de sentimentos, pensamentos, desejos, lembranças relaxei depois dos últimos agitados dias. Não estávamos só, haviam muitos pombos nos fazendo companhia.
Antes que minha mãe fique preocupada, preciso explicar que dormir num parque no meio de uma capital não é um risco quando está capital está localizada na Europa. Portugal, que aparentemente é o país mais humilde, é muito tranqüilo.

Depois de renovadas as energias, voltamos a nossa vida de turista. Fomos até o Elevador de Santa Justa, que liga a Baixa ao Bairro Alto.

Ah, já estava me esquecendo, Lisboa tem sua comida típica que é o Pastel de Belém. Bem gostoso! Além do Pastel de Belém aproveitei para matar a saudade de comer um folhado, um risóli e coxinha de galinha – não existem na Espanha!

Assim, terminamos nosso passeio por Portugal e pela encantadora Lisboa! Um país muito legal e muito familiar!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Sintra!

No quarto dia da nossa grande viagem por Portugal partimos de Coimbra em direção à Sintra, uma cidadezinha (chamam de Pueblo) há 30km de Lisboa, é patrimônio mundial na categoria paisagem cultural.
Ao chegarmos lá (uma hora depois que o outro carro), tive um pequeno desentendimento com o Vicente, francês! Agora vocês entenderão o porque que o GPS não é a melhor invenção dos últimos tempos. Acontece que algumas pessoas esquecem que existem outras formas de encontrar um lugar, como perguntar, e acham que um GPS é tudo. Precisávamos nos encontrar com o resto do povo e demoramos muito tempo para fazer isso, graças ao GPS! Sim, eu me irritei com aquilo na viagem. Poxa, é tão mais fácil pedir uma informação para alguém do que ficar dando voltas e voltas. Sim, o GPS é muito bom, mas nem sempre! A confusão só terminou quando minha paciência acabou e pedi (quase obriguei) que ele me passasse o telefone pra que eu pudesse falar com uma das meninas brasileiras. Aí sim, houve comunicação! Franceses, franceses...
Bom, aí começamos nosso passeio por Sintra. Minha preguiça fez com que eu não conhece um lugar muito lindo. O povo foi conhecer o Palácio Quinto da Regaleira, como tinha que subir um baita morro, preferi ficar passeando pelas ruazinhas, comendo queijada, comprando postais e sentindo o cheiro das árvores.
Sintra é uma cidade cheia de natureza, parecia ser no meio de um bosque. Lá tem muitos castelos!
É uma cidade muito turística, haviam muitas pessoas pelas ruas, com suas máquinas e seus mapas. Tudo lá era muito caro, não encontramos que o prato fosse mais barato que 8 Euros.
Não aproveitei quase nada que Sintra tem para oferecer, por isso vou colocar um foto da Di no Palácio da Quinta da Regaleira para vocês verem o que eu perdi! Hehehe
No fim da tarde, partimos para Lisboa!

domingo, 12 de abril de 2009

Coimbra - Portugal

Saímos de Porto ao meio-dia, com destino à Coimbra. Dessa vez fui no carro do Vicent, um furgão. Demoramos umas duas horas a mais que o outro carro, mas chegamos!
Passamos por um pedágio, o único da viagem, porque os meninos, até então, só haviam escolhido estradas sem pedágios. Tivemos que pagar 26,50 euros, acreditem? Muito caro!!! Tá certo que foi cobrado mais porque o carro é alto, a taxa de um carro normal é 15 euros, também muito caro!

Ao chegarmos em Coimbra, Gabi e eu descobrimos que nosso albergue era a uns 40km da cidade, agora a gente sabe que devemos confirmar a localização antes de fazer a reserva... Aí colocamos nossa mochila nas costas e saímos a procura de um lugar barato. Encontramos a Pensão Atlântida. Subimos uns três andares de escadas, havia uma porta fechada, parecia que não havia ninguém lá dentro, estava tudo escuro. Tocamos a campainha. Alguns minutos depois, uma velhinha um pouco descabelada, magrinha, abriu a porta. Ela era um pouco surda, precisávamos falar alto e perto dela para que nos escutasse. Havia um quarto para nós duas e era barato. Resolvemos ficar por lá. Entramos na pensão, subimos mais uma escada. Um gato preto no caminho. Entramos no nosso quarto, havia um pouco de cheio de velho. Só um detalhe. O quarto era aqueles quartos de vó, com uma penteadeira, um guarda-roupa e uma cama de casal de madeira bem grande. Havia, também, um chuveiro e uma pia dentro do quarto. Legal!

Deixamos nossas coisas lá e fomos conhecer Coimbra. Encontramos o pessoal na Universidade de Coimbra, que é a mais antiga da Europa. Foi fundada em 1290 e transferida definitivamente para a cidade em 1537. A foto abaixo é do Paço das Escolas, vulgarmente conhecido como Páteo da Universidade. A esquerda tem a Capela de São Miguel e a Torre da Universidade. Ao centro, a Via Latina, colunata maneirista, edificada no século XVIII. A direita, a Porto Férrea e o antigo Colégio de São Pedro.



Vistamos a Biblioteca Joanina (foto abaixo). Foi construída em 1717, em estilo barroco. É toda feita de madeiras exóticas (brasileiras e orientais), requintadas pinturas e notável douradora das estantes, que surpreendem os olhos. O edifício alberga cerca de 200.000 volumes. Os livros podem ser consultados, através de um pedido fundamentado os motivos da consulta, então o livro é levado para a Biblioteca Geral, ficando aí a disposição do interessado. Há um enorme cuidado porque são livros datados dos séculos XVI, XVII e XVIII. Sim, são aqueles livros enooormes, de folhas douradas.



Olha que interessante! Estava acontecendo uma calourada dos alunos de economia. Eles estavam todos vestidos com um colete, um boné vermelho, um bico pendurado no pescoço e obedeciam ordens dadas pelos veteranos. Esses usavam um traje preto (homens, terno e gravata, mulheres talleur) e todos usavam uma capa preta por cima. Essa roupa é um traje universitário, usado simplesmente para ir a aula até em eventos (principalmente nestes). Sua finalidade é demonstrar que ninguém é melhor que ninguém, por isso estão todos iguais.

Depois conhecermos a Universidade, fomos fazer um lanche no Largo da Portagem.
Na foto abaixo é visível a estátua de Joaquim Antonio de Aguiar, o Mata-frades, representado a assinar o decreto de extinção das Ordens religiosas. E, à esquerda, o o belíssimo edifício do Banco de Portugal.


Assim terminou nosso passeio por Coimbra, e o terceiro dia da viagem por Portugal.

sábado, 11 de abril de 2009

Porto, Portugal! Um pedacinho do Brasil na Europa

Acordamos às 5 horas da manhã para arrumar as últimas coisas para partirmos rumo a Portugal. Eu e Raquel tiramos o peixe do seu sujo aquário. Peixe? Sim, temos um peixe em casa. Quem trouxe ele para nosso lar foi nossa companheira de piso, que é um pouco estranha. Ela foi viajar para sua terra (Palma, uma das Ilhas Canárias) e deixou o pobre do peixe em casa, ou seja, sua morte estava próxima.
A gente pensou em várias soluções para o peixinho, até que resolvemos que a melhor alternativa era jogá-lo num rio. Sim, provavelmente morrerá, mas ao menos não será dentro de um aquário por falta de oxigênio e de fome, mas sim num rio e ainda servirá de alimento para algum outro bichinho. =)
O Matthiu, um francês que é nosso colega de Espanhol, chegou às 6 horas para nos buscar. Quando o elevador chegou no térreo, eu com o saco do peixinho na mão, encontramos uns vizinhos (até então desconhecidos) exalando cachaça, chegando da festa, como sei que bêbado aceita tudo, ofereci o lindo peixinho a eles. Dito e feito, aceitaram o presente na maior alegria. Só espero q estejam cuidando bem dele!!
Agora estava tudo certo, após o final feliz do peixe, iniciamos nossa viagem de cinco horas até a cidade de Porto, em Portugal.
Logo que saímos, nos perdemos! Acho que não comentei ainda, mas aqui todos os carros tem GPS, inclusive os taxis. Ele é muito prático e útil, mas até o final dessa viagem mudarei um pouco minha opinião sobre eles, mais tarde conto porque. Bom, mesmo com o GPS, o Matthiu se perdeu e entramos numa ruazinha de terra e com um cheiro de lixo. Logo, voltamos a estrada certa.
Durante o trajeto meus pensamentos voaram por aquelas terras desertas. De repente começou a aparecer muitos geradores de energia a vento, também passamos por alguns geradores de energia pelo sol (muito interessantes, na primeira vez que os vi não entendi direito para que serviam, mas depois percebi que captavam alguma coisa lá de cima). Além dos geradores, havia, no alto das montanhas, resquícios de neves. Gosto tanto de ver neve, um dia ainda farei um boneco com ela!
As estradas são muito boas, é fácil de imaginar que nelas não têm buracos e tão pouco congestionamento, na maioria das autopistas a velocidade máxima permitida é 120km/hora. As placas, na noite, têm luzes piscantes (que coisa!) e as faixas que delimitam a estrada têm alguma coisa (ñ sei como explicar), mas sempre que você passa com o carro por elas, faz um barulhão, achei isso muito interessante e seguro, caso você durma no volante e vá pra fora da pista acordará com o barulho.
Chegamos em Porto, uma cidade muito conhecida pelo seu famoso vinho. Porto é muito bonita e me fez recordar muito o Brasil... Portugal é, sem sombra de dúvida, um país muito diferente dos outros europeus. Tá certo que só conheço a Espanha, mas imagino como sejam os outros. Portugal é mais povo, as casas são mais humildes, tem vários cortiço, carros populares, pessoas simples, gatos nas ruas, enfim, um país mais simples e muito parecido com o Brasil. Foi tão bom chegar num lugar e ouvir e falar português, na verdade foi um tanto confuso, eu falava espanhol com os portugueses e português com quem eu devia falar espanhol, como com os franceses! Hehehe Foi uma confusão... No final eu já estava falando um portunhol com o português de Portugal.

Começamos conhecendo a parte histórica de Porto, que é Patrimônio Mundial. Subindo ladeiras, com casinhas de no máximo três andares em ambos os lados, coloridas, fomos descobrindo essa cidade encantadora. Gostei muito! Porto me lembrou muito a Bahia, por si só e também por ter muitas igrejas e lugares com os mesmo nomes, como por exemplo: Pelourinho, Catedral da Sé, Igreja da Lapa...
No primeiro dia, conhecemos Palácio da Bolsa, Igreja e torre dos Clérigos, Praça da Liberdade, Catedral da Sé, Pelourinho, Estação de São Bento...
Na Praça da Liberdade, estava tendo uma guerra de almofadas. Haviam vários jovens com seus travesseiros e com muita vontade de acertar alguém, bem divertido, em abril terá uma na nossa cidade, talvez eu vá, mas terei que comprar um travesseiro, então não sei...
Ahhh estava esquecendo de contar uma coisa muuuito importante: ao chegarmos em Porto, fomos almoçar e comemos um delicioso feijão!!!!! Hum, estava uma delícia. O Matthiu, francês, nem quis provar o feijão... Os franceses têm cada uma, contarei aos poucos, mas uma das mais chocantes é que erva-mate é proibida lá. Adivinhem por que? Porque tudo que é desconhecido para eles, é proibido, por medida de cautela! Que absurdo. Quando Vicent me falou isso eu disse para ele 'já que vocês são tão bons, porque não fazem um estudo para ver as conseqüências da erva-mate'... Outra, fomos estacionar e um flanelinha veio nos ajudar, quando veio cobrar, o Matthiu achou o cúmulo ter que pagar e não conseguia entender que existem pessoas que ganham a vida assim. Franceses, Franceses... Ah, eles são os melhores do mundo, lá têm os melhores motoristas, as melhores comidas... (um parentese: na viagem haviam quatro franceses, dois meninos, Vicent e Matthiu, e duas meninas, Lina e Caty. As meninas são fantásticas, duas pessoas muito queridas, divertidas, simples.. Totalmente oposto dos meninos. Todos esses comentários dos franceses, são referidos aos meninos).
Terminamos o dia tomando cerveja portuguesa, Super Bock, e comendo uma Francesinha e bacalhau, típicos de Portugal.

No segundo dia, foi um dia de frustrações.. hehe Tá, nem tanto... A primeira foi a Faculdade de Arquitetura. Tínhamos um guia feito por uma menina de Porto e lá estava escrito que devíamos conhecer a Faculdade. Ok, lá fomos nós! Depois de subir muito, mas muitos morros, chegamos aonde o mapa indicava estar a incrível Faculdade. Mas não víamos nada de extraordinário. Passamos por uns blocos e eu e Raquel comentamos “que feio”. E, adivinhem? Ali era a Faculdade de Arquitetura, que, segundo a menina portuguesa, era indescritível, de uma arquitetura moderna e blá blá blá... Tá certo que gosto, cores e amores não se discute, mas pra mim aquilo não tinha nada de moderno!
Aí fomos conhecer a Sinagoga Kadooric. Estava fechada e, sinceramente, nada demais!
Seguimos até a Casa da Música, também uma construção moderna (essa sim era moderna!). Dizem que lá tem a melhor acústica do mundo! Dentro é bem legal, cheio de decorações modernas!
Nesse momento, eu, Quel e Caty nos perdemos do resto do grupo. Então fomos conhecer o Palácio de Cristal. No caminho passamos pelo monumento aos Heróis da Guerra Peninsular. O Palácio não tinha nada demais, mas valeu pelo seu jardim e pela vista linda do Rio Douro.
Encontramos o povo e fomos numa Cava, lugar de armazenamento de vinhos. Na verdade, eu e a Quel não entramos, ficamos no carro dormindo...

Fomos à praia ver o pôr do sol, muito lindo! Estava muito pensativa e nostálgica, praia me traz muitas lembranças...

Bom, aí fomos ao camping fazer um 'barbacoa', churrasco em espanhol. Compramos uns espetinhos, umas salsichas, pão e vinho. Nós cantamos músicas brasileiras, principalmente Raul e os franceses cantaram suas músicas. Foi bem divertido!

Voltamos para o albergue (eu e Gabi)... Amanhã partiremos para Coimbra!!

um fim de semana gelado

Escrevi esse texto dia 29 de março, mas por motivos de esquecimento só está sendo publicado hoje.

Eu acreditava que o inverno, aquele inverno europeu, já havia terminado. O sol já estava aparecendo com muita força praticamente todos os dias, mas, para a minha tristeza, esses dois últimos dias estão muito, mas muito frio! Parece que depois de um solzinho gostoso, o frio torna-se insuportável... Nesse gelado fim de semana, voltamos a fazer programas de inverno. Ontem, após saborear uma deliciosa massa italiana, assistimos o filme 'Che: El Argentino' em espanhol, óbvio. O filme é muito bom, é tocante ver a revolução, a luta por uma sociedade mais justa, os discursos e ensinamentos do Che. Apesar de ter visto em espanhol, deu para entender bastante do filme.


Hoje fomos conhecer o Castelo Peñafiel, localizado em Peñafiel, na província de Valladolid, cerca de uma hora daqui. Fomos com dois amigos francês, de carro.
Esse castelo foi construído no século XIV, o formato lembra um barco porque é comprido e estreito (tem 210 metos de comprimento por 20 de largura). Está localizado no alto de uma montanha, o que tornou o passeio congelante. Estava muito frio, como já disse mas estou frisando para que não reste dúvidas de que estava muito frio, um vento cortante.
O Castelo é um castelo militar, é o segundo maior da Espanha (nessa categoria). Foi construído para ser usado em caso de guerra, mas como nunca houve uma guerra o castelo se manteve intacto.
Depois fomos conhecer uma praça, antigamente era uma praça de touros, hoje é usado para eventos da cidade. É uma praça com casas ao redor, bem no estilo medieval. E o vento forte levava muita areia para os olhos... Quem disse que ser turista é fácil?! Hehehe...
Resumidamente foi assim nosso passeio! Um beijo!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Toledo, uma cidade repleta de história

No último dia de nosso passeio para Madrid, fomos conhecer uma cidadezinha medieval encantadora a 71km de Madrid, chamada Toledo que possui um clima poético, cercada por muralhas, repleta de arte e história.

Saímos de manhã, fomos de carro com o Guilherme. Chegando lá, enquanto esperávamos a Camila e uma menina norte-americana, Elisa, chegarem, fomos almoçar, comemos uma pizza. Eu estava com muito desejo de comer uma, fazia tempo que não comia!
A primeira impressão da cidade já dizia que ela seria um belo lugar para conhecer. Cidadezinha pequena, com muita cultura pelas ruas.
Toledo é conhecida como a 'Cidade das três culturas', porque durante muito tempo acolheu as três grandes religiões monoteístas: judia, árabe e cristã. Foi um exemplo universal de convivência e tolerância entre os povos e religiões.
Em Toledo tem muitos monumentos, infelizmente vi somente alguns, mas foi possível perceber os variados etilos arquitetônicos representados. A cidade foi um forte, e ainda é possível ver algumas partes da muralha.
Haviam nos dito que em três horas era possível conhecer toda cidade, por isso fomos mais tarde. Mais uma aprendizagem: não confiar 100% nas informações recebidas... Chegamos lá eram 14hs e ficaríamos até às 17hs. Mas fomos embora antes porque o pessoal resolveu ficar mais tempo, corremos até a estação de trem, pegamos um trem de alta velocidade, AVE, como é chamado, que liga Madrid a Toledo somente em 25 minutos.
Resumindo, tivemos muito pouco tempo para conhecer a cidade, o que me deixou muito triste e com muita vontade de voltar para lá um dia...
Toledo foi declarada, em 1986, 'Cidade Patrimônio da Humanidade' pela UNESCO.
A porta de entrada ao centro histórico de Toledo é a Puerta Vieja de Bisagra, que é a única que se manteve da antiga muralha árabe, é uma construção do período de domínio muçulmano, assim como a Puerta de Alcántara. Tem também a Puerta del Sol, construída na época da reconquista.
Resolvemos fazer um passeio num daqueles ônibus pequenos engraçadinhos que tem em algumas cidades turísticas, que passam pelos principais lugares e vão contando a história do lugar. O passeio foi bem legal, principalmente pq ele passou por fora da cidade, fora das muralhas, então foi possível visualiza-la de uma forma mais ampla e reafirmo que é muito bonita! O lado ruim é que não consegui tirar muitas fotos, também não consegui ouvir muito a história porque tinha uma criança (bem fofa, por sinal) atrás de mim que não parava de falar. Ah, como são lindas as crianças, ainda mais falando em espanhol...
Durante o passeio, passamos pela 'Puente de Alcántara', que foi contruída na época romana, no ano de 876. Foi destruída 4 décadas depois por uma enchente e reconstruída logo depois.
Também passamos por outra ponte, a Puente de San Martín.

Outro lugar conhecido foi o Alcázar, que é um dos mais importantes monumentos de Toledo. O Alcázar, serviu de fortaleza nos períodos romanos, visigodos e árabes. Depois, tornou-se residência real. Durante a Guerra Civil, em 1710, foi destruído. Depois, em 1810, foi incendiado pelas tropas de Napoleão. Reconstruído em 1882, manteve sua arquitetura, passando a ser a Biblioteca Regional e o Museu do Exército.

Passei por vários outros monumentos, muitos lindos, mas como não anotei, agora não recordo seus nomes! =/ Só não passei pela Catedral, que dizem ser o edifício mais emblemático de Toledo.. Ficará para uma próxima...

Toledo é uma das cidades que estão no roteiro da obra Dom Quixote de La Mancha.
Uma curiosidade: Lula esteve em Toledo, em outubro de 2008, para receber do Rei Juan Carlos o prêmio 'Don Quixote de la Mancha' pela difusão da língua e cultura espanhola.

Assim foi nosso passeio por Toledo, curto mas proveitoso, uma cidade que não pode deixar de ser conhecida por quem passa pela Espanha.