domingo, 22 de março de 2009

Madrid!

Quinta-feira, dia 19 de março, Dia de San José e também Dia dos Pais aqui na Espanha, foi feriado. Aproveitamos o feriado e como não temos aula na sexta para irmos conhecer Madrid.
Acordamos quinta de manhã, arrumamos tudo com muita calma e fomos pegar um ônibus que levou 2 horas e meia para nos deixar na capital espanhola. A Camilinha Kaizer que está morando lá, nos encontrou na rodoviária. Conhecemos um amigo dela que tornou-se um grande amigo nosso e um anjo em nossa estadia por Madrid, chama-se Guilherme e é de Portugal.
Fomos até a Residência Universitária da Universidade Autônoma de Madrid, onde Camila vive, essa residência fica a 15 km de Madrid, fomos de carro com Guilherme.
Nesse primeiro dia em Madrid não conseguimos conhecer nada, porque nos enrolamos muito tomando uma cerveja, conversando e tal.. Na noite fomos a um bar que ficava numa rua muito interessante, uma rua de gays, onde tinham bandeiras da livre orientação sexual pelas janelas, muitos casais homossexuais pelas ruas e lojas que vendiam produtos destinados a esse público. Bom, fomos num bar chamado 'El Tigre' comer 'tapas' com cerveja. As tapas são aperitivos servidos junto da cerveja, você paga 1,80 euros e ganha um copo de caña e um prato de tapas. Vem coisas bem gostosas e típicas daqui como tortinha de batata, chorizo, jámon e pão. Depois de algumas cervejas e tapas começou a confusão que duraria até umas quatro horas da manhã, o que me deixou com uma impressão muito negativa de Madrid. Camila queria nos levar para uma discoteca, mas chegando lá resolvemos não entrar mais porque era muito caro e logo íamos embora (era o que pensávamos). Eu estava com muita vontade de ir ao banheiro, com muito frio, Di estava com muita dor nos pés... Aí Guilherme veio ao nosso encontro e nos levou para um bar onde tinha mais umas pessoas, caminhamos bastante.. Bom, resumidamente a noite foi uma palhaçada, estávamos no nosso limite de tanto vai-e-vem, com frio e Di com dor nos pés, também estava um alvoroço nas ruas, as pessoas gritavam, sempre tinha uns idiotas que paravam na tua frente pra fazer comentários machistas, muita sujeira no chão, muitas pessoas mais velhas bêbadas, um caos! Estava tão acostumada com a vidinha tranqüila de Valladolid que a primeira impressão do agito e confusão de Madrid foi assustadora. Outra coisa diferente é a quantidade de vendedores nas ruas até tarde da madrugada. Em cada esquina havia alguma pessoa com traços coreanos (eu acho) vendendo cerveja ou penduricos piscantes.
Madrid tem muitas vacas espalhadas pelas ruas com pinturas, mas não sei explicar porque.

No segundo dia em Madrid, fomos conhecer alguns pontos turísticos da cidade. Camila não pode nos acompanhar porque foi a um shopping comprar tênis, onde passou todo o dia. Então fomos nós três e Guilherme. Foi muito legal conhecer um português, aprendi a falar algumas coisas no português de Portugal, apesar de falarmos a mesma língua, a diferença de sotaque é muito grande, as vezes não conseguia compreender o que ele falava, ao contrário de nós, ele nos entendia muito bem, provavelmente por já estar acostumado a ouvir nosso português, já que em Portugal passa muitas novelas e programas da nossa TV. Também existem palavras diferentes como sorvete-gelado, entre outras. Por exemplo: “Estou a pensar um bocadin para donde vamos com estas raparigas”..
Mas, voltando ao dia turístico: Fomos conhecer o Palácio Real, onde residiram os Reis da Espanha. Atualmente continua a ser, oficialmente, a residência do Rei, mas só é utilizada em alguns casos especiais, como recepções oficiais, entregas de prêmios, audiências...
O Palácio é muito grande e destaca-se pela sua riqueza em detalhes, tapetes, porcelana, mobiliário, cada sala tem uma pintura no teto e outra nas paredes, uma mais bonita que a outra. Somente algumas salas estavam abertas para visitação e não era permitido tirar fotos. Na verdade nada era possível lá dentro, quando fui tirar uma foto com a bandeira do Brasil, um segurança disse que não poderia, quando fui usar o celular para escrever uma mensagem, tão pouco foi possível, eu e Di fomos bater uma foto em cima de um poste, também não podíamos...
O interior do castelo é realmente impressionante. As salas que mais me chamaram atenção foram o salão do trono, sala de refeições de Gala e a Armaria Real. Está última é uma coleção de armaduras e instrumentos, com armas, escudos, roupas de ferros (sim, armaduras heheh)...
Depois fomos almoçar, já eram 5 horas da tarde. Comemos num buffet livre, muito bom.
Passamos pela Praça da Espanha após fomos conhecer a Plaza Mayor. Todas cidades aqui têm uma, geralmente é um quadrado com construção em todos os lados, quando projetadas a idéia era que fossem o centro da cidade.
Esse dia caminhamos muito pelas ruas de Madrid e é lindo ver a diversidade que existe nelas. Também há muitas pessoas ganhando a vida pelas ruas, fazendo coisas extraordinárias, muito criativas mesmo, em troca de moedas.
Depois fomos conhecer outros dois famosos lugares aqui: a Fuente de Cibeles, muito bonita, sei que lá é o ponto de encontro dos torcedores do Real Madrid quando o time ganha um jogo; e a Puerta de Alcalá, uma monumental porta. Foi muita engraçada a hora em que chegamos na Puerta, ela fica numa rótula e não tínhamos como ir até o meio para tirar uma foto, então esperávamos as duas sinaleiras fecharem para poder tirá-la, o que foi uma tarefa muito árdua, tiramos umas 20 fotos e mesmo assim nenhuma ficou boa.
Ai fomos para o outro lado, e de lá dava para bater fotos perto da Puerta!! Bem espertinhas!
Já estávamos cansadas e cansado (Guilherme), então fomos num bar tomar caña e comer montaditos (uns sanduíches pequenos bem gostosos). Tomamos várias enquanto esperávamos Camila e Claúdio (um brasileiro que trabalha na Residência) chegarem.
Depois fomos num outro bar chamado Areia (em espanhol), que tinha uma decoração bem exótica, com umas camas, sofás camas, mas havia também cadeiras..
Chegamos em casa mais cedo, eram três horas. Nessa noite eu e Raquel dividimos um colchão inflável de solteiro, ainda bem que estávamos tão cansadas que capotamos.



No terceiro dia íamos para Toledo, mas como acordamos muito tarde não rolou. Passamos a tarde no Parque del Retiro, um parque que lembra um pouco a redenção de Porto Alegre, só que muito maior e com coisas legais pelo caminho. Há um castelo de cristal, também um lago onde as pessoas ficam andando de barquinho, tinha muuitas pessoas caminhando, tomando sol, andando de patins, bicicleta, crianças, velhos, jovens, pessoas alternativas... um lugar de vibrações positivas. Até fizemos um piquinique lá, tá certo que só tinhamos duas palomitas (tipo um salgadinho de pipoca), um kitkat e uma água! Mas foi bem divertido, nesse momento também estavam com a gente a Miriam, uma espanhola, e uma amiga belga dela.
Nesse dia voltamos para a residência cedo, comemos um kebab (comida turca) e dormimos, novamente eu e a Quel no colchão pequeno.
No quarto e último dia fomos conhecer Toledo. Contarei num próximo post.
Assim foram os dias em Madrid, que é uma cidade muita legal, com muita diversidade.

terça-feira, 17 de março de 2009

mãeeee, esse post é pra você!

Hola!
Sei que estou devendo vários textos aqui, tem muitas coisas acontecendo, mas eu estou um pouco sem inspiração ultimamente (tá certo, preguiça também) de escrever!
Em breve tentarei atualizar algumas informações e contar mais algumas coisas...

Mas, hoje é um dia muito especial e eu não vim aqui para contar nada da minha vida espanhola, somente para desejar um FELIZ ANIVERSÁRIO a melhor mãe do mundo!!
Mãe, tenho muito orgulho de você! Uma mulher que enfrentou o machismo e as dificuldades de sua época para poder estudar e trabalhar na 'cidade grande', que batalhou e passou por necessidades para alcançar seus objetivos, que teve que deixar seu sonho de estudar de lado por três vezes por causa de imprevistos de percurso (eu e o Thomas)... Tenho muita admiração por você, mãe, pela sua coragem, pelo seu amor, por ser uma pessoa amiga, carinhosa e fiel. Por saber ser mãe, que xinga quando precisa e dá colo sempre.

Gostaria muito de te dar um abração hoje, mas fica para a conta dos muitos abraços que te darei daqui 5 meses!
MUITAS FELICIDADES, PAZ E AMOR!
TE AMO MUITO.

terça-feira, 10 de março de 2009

¿Que país é este?

Nesse texto pretendo fazer uma comparação sobre a Espanha e o Brasil. Já começo dizendo que o Brasil sempre será meu país amado, com muito orgulho e o por mais que aqui seje um país de primeiro mundo (e realmente em algumas questão é melhor que o Brasil) aqui não tem o povo brasileiro, o calor (humano) do Brasil, …. e por isso não troco o meu país por nenhum outro!
Sempre escutamos que os países europeus são os países de primeiro mundo enquanto o Brasil é um país de terceiro mundo.

Vivendo aqui você percebe algumas diferenças, pequenas mas importantes, que fazem da Espanha um país de primeiro mundo.
Percebo coisas que existem aqui (e que não existem no Brasil) que fazem muita diferença na qualidade de vida das pessoas. Acho que essa deva ser a principal característica de um país de primeiro mundo, o tratamento e o cuidado com as pessoas, com aqueles que são diferentes e necessitam de cuidados especiais.

Por exemplo, as pessoas que usam cadeiras de rodas não precisam se preocupar se vão encontrar no caminho alguma dificuldade que as empeçam de continuar, tão pouco precisam da ajuda de outras pessoas. Aqui a calçada e a rua estão no mesmo nível, e nos poucos lugares que não é assim, tem rampas. Os ônibus são baixos e quando estão nas paradas ele baixa para ficar mais próximo do chão.
Para as pessoas cegas atravessar a rua não é um problema porque todos os semáforos possuem um alerta sonoro quando o sinal está verde! Tá certo que o som é bem feio, acho q podiam colocar um musiquinha ou um som mais agradável no lugar daquela sirene! Mas, isso é só um detalhe!
Nos ônibus, que são bem quentinhos, há também um aviso sonoro das paradas!
Ah, outra coisa muito legal é que nas paradas de ônibus tem um placar eletrônico que informa o tempo que vai demorar para chegar o ônibus!

A cidade é muito limpa, raramente vejo lixo nos chãos, na verdade só se vê tocos de cigarros no chão (aqui as pessoas fumam muito, inclusive em lugares fechados como restaurantes – é muito ruim). Também não há poluição visual. Ah, aqui não tem fios de energia nos postes! É muito interessante. A cidade é bem iluminada, tem aqueles postes antigos e não há fios!! Ainda não sei se eles estão embaixo da rua, mas imagino que sim.



Outra coisa, aqui tem muitos pessoas idosas! Durante o dia se vê poucos jovens nas ruas (ao contrário da noite), mas pessoas mais velhos vejo muitas muitas. Então, conclui-se que a espectativa de vida é alta, logo deduz-se que as pessoas tem um boa qualidade de vida! Cheguei a conclusão que essa boa qualidade de vida se deve as cestas (dormidas após o almoço), só pode ser! Vou até incluir esse hábito em minha rotina para ter uma boa qualidade de vida! ;)

Aqui é muito seguro, como já contei em outra postagem, as pessoas das lojas deixam a mesma sozinha com os clientes, o ônibus não tem catraca, as pessoas andam sozinhas pela rua tarde da noite.


Outra coisa que me chamou muita atenção foi o fato de que os caixas eletrônicos são nas ruas! Sim, é incrível isso!

Bom, essas foram as coisas que eu lembrei. Com certeza tem outras, mas hoje estou um pouco cansada e parece que minha memória não quer ajudar! Hehe
Tenho muitas outras coisas para contar, vou tentar escrever novamente em breve!
Besitos!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Me encanta a diversidade!

Viver em outro país é uma experiência única, conhecer lugares e maneiras de comportamento diferentes das que estou acostumada é muito interessante e com certeza, um grande aprendizado.

O que mais gosto é conhecer e conviver com outras pessoas. Culturas, rostos, vozes, sotaques, vestimentas são coisas que me encantam.

Estou fazendo um curso de espanhol na universidade, um curso somente para estrangeiros.

Minha turma é formada por pessoas de vários lugares do mundo: tem belgas, ingleses, italianos, japonesas, franceses, uma grega, alemães, uma americana, um da República Tcheca (que eu lembro são esses). É fascinante está mescla de culturas, a forma com que cada um fala, com seus sotaques e dificuldades. Na última aula, ontem, fiz dupla com um menino alemão chamado Thomas (além de ter o mesmo nome que meu irmão, era parecido com ele), conversamos sobre como eram nossas escolas quando menores. Ele me falou, entre outras coisas, que na Alemanha todas as escolas são públicas, na cidade dele só tem uma escola privada que é só para meninas, uma escola ligada a igreja. Ele ficou surpreso quando eu disse que havia estudado num escola privada, principalmente pq na Alemanha as escolas públicas são muito boas.
As japonesas são bem simpáticas e, como boas japonesas que são, elas tem um dicionário eletrônico.
Não resisti e tirei uma foto!
Cada um tem seus encantos e sua forma de se comportar, o pessoal que fala francês não se desfaz do sotaque. Assim como os brasileiros não abandonam o portunhol hehehe....Eu tenho facilidade em compreender o que os outros falam, assim como ler, mas falar é mais complicado e o que dificulta é o 'portunhol', porque acabo me confundindo um pouco, e também o sotaque, aqui é bem diferente. Outro dia eu queria chegar no Rio Pisuerga e perguntei a uma moça para que direção era, mas ela não entendia o que era 'rio' e eu não estava entendendo nada porque sabia que rio em espanhol era rio, o erro estava na pronúncia, que ao certo é: "rrrrrío". Isso também aconteceu com 'Rei'.
Falando em diversidade, no caso o desconhecimento da diversidade existente no Brasil, é impressionante como as pessoas tem a visão de que os brasileiros são negros ou mulatos. Já ouvi muitas vezes que eu não parecia brasileira, mas sim italiana. Italiana, provavelmente pelo sotaque! E não brasileiro porque sou muito branca!

Hasta luego!

terça-feira, 3 de março de 2009

Um dia em Salamanca!

Acordamos cedo, antes das 7 da manhã. Saímos de casa, as ruas estavam vazias e estava muito, mas muito frio. E eu de All'star, que coisa boa! A rodoviária (estácion de autobuses) fica a cerca de meia hora, caminhando, de nosso apto. Mas como já eram 7 e meia, resolvemos não arriscar e pegar um ônibus. Depois de quase congelar na parada por uns 15 minutos (Ah, acho que não comentei ainda, mas nas paradas de ônibus tem um placar eletrônico que informa o tempo exato que o ônibus vai demorar para chegar), entramos no ônibus quentinho e chegamos na rodoviária. A viajem até Salamanca foi tranquila e uma hora e meia depois, estávamos lá!


Salamanca é uma cidade famosa aqui, conhecida por suas construções antigas, igrejas, conventos, a universidade de Salamanca e outras. As edificações são realmente bonitas e impressionam por sua grandiosidade e riqueza em detalhes.

Alguns pontos que conheci:
A Catedral Nueva, uma catedral enorme (por enquanto é a maior que meus olhos enxergaram), chama muita atenção por seus detalhes e, claro, pelo seu tamanho. No interior dela há também muita arte e ela é dividida em várias capelas, cada uma em homenagem a algum santo. Fiquei maravilhosa com a altura. A catedral começou a ser construída em 1513 e foi concluída em 1733.
Conheci outras construções, como a Casa de las Conchas, que atualmente é uma biblioteca. Lá estava acontecendo uma exposição muito marcante de Faces de Mujeres de todo o mundo. Também o Convento de las Dueñas, Palácio de Salina, Museu com exposição de 'la Plata de la Nao de China', a Plaza Mayor...
Todas as lembranças de Salamanca envolvem um sapo (ops, é uma rã) e uma caveira.
A fachada da Universidade tem várias figuras de objetos e pessoas, figuras de reis, de papa e, a mais importante, a famosa “rana”. Para o estudo dos ícones medievais, a rã é o símbolo da luxuria. O engraçado é que a 'rana', que está em cima de uma caveira, é bem pequena e você demora para encontrá-la no meio da fachada. Então ficam muitas pessoas na frente, procurando. Com certeza, tiveram muitas pessoas que foram até Salamanca e não encontraram a 'rana'. Mas a gente encontrou. Tá certo que foi com a ajuda de um simpático casal de velhinhos que nos levou até a fachada e chegando lá, logo nos mostraram aonde estava a rã.
Depois de muito passear, nos demos o luxo de tomar um chocolate quente com churros, típico daqui. Nem preciso comentar que estava muito bom, principalmente num dia frio como aquele.
Já era hora de voltar. Voltamos para a estación de atobuses, pegamos um ônibus e retornamos para Valladolid.

Chegamos e pegamos o mesmo ônibus que havia nos deixado na rodoviária de manhã, pois ele passaria em na Plaza da Universidad, próximo a nossa casa. O ônibus foi para um lugar muito distante, todas as pessoas foram descendo até que o motorista nos informou que estavámos no final do trecho. Putz! Aí precisamos pagar mais 1,10 euros para fazer o trecho de volta, e aí sim ele nos deixaria na Plaza. Mas estávamos enganadas, misteriosamente ele não passou pela praça (sendo que a tabela da parada confirmava que ele passava) e quando vimos que ele tomou um rumo diferente a Quel foi perguntar e, era só que faltava, ele disse que já tinha passado próximo a Plaza. MAS ELE TINHA Q TER PASSADO NA PRAÇA, NÃO PRÓXIMO! Bom, ai tivemos que descer e caminhar mais uns 10 minutos, com frio e uma enorme vontade de ir no banheiro, até chegarmos em casa! No final das contas, um trajeto que teríamos feito em 10 min, fizemos em uma hora e meia! Aprendemos que jamais se entra num ônibus, por mais que tudo indique que ele é o certo, sem perguntar uma, duas, três vezes ao motorista...

Resumidamente, foi isso! Beijos